Tanto a gramática tradicional (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 17.ª ed., Lisboa, Sá da Costa, 2002, p. 583) como a nova terminologia linguística (Alterações, Destaques e Propostas para os Ensinos Básico e Secundário, TLEBS, Ministério da Educação, Setembro de 2006, p. 31) classificam quando como uma conjunção temporal.
Por outro lado, se tivermos também como referência a Gramática da Língua Portuguesa de Mira Mateus et alii (Lisboa, Caminho, 2003) — que está na base da nova terminologia linguística —, quando é classificado como um conector temporal — porque inicia uma oração temporal — que, para «além do valor temporal, pode ter outros valores:
a) temporal e condicional (factual, hipotético e contrafactual conforme os tempos verbais):
(i) "O Mário veio quando eu quis";
(ii) "O Mário virá quando eu quiser";
(iii) "O Mário teria vindo quando eu quisesse."
b) temporal e concessivo:
(iv) "O ministro negou o conteúdo das acusações quando se sabia que havia provas nesse sentido"» (idem, p. 723).
Ora, neste verso de Mensagem, em que o conector temporal quando introduz uma frase com o verbo no futuro, cria-se a ideia de um facto hipotético, razão pela qual se lhe atribui também o valor condicional. E a interrogação retórica que suporta esta frase enfatiza o misto de temporal e de condicional que transparece do apelo e da ansiedade em relação à vinda de Cristo ou de outro salvador que liberte Portugal (e o sujeito poético) da apatia e da mágoa.
Esse verso introduzido por quando aponta para um tempo do domínio do sonho, do desejo, do hipotético, que é valorizado em relação ao real. Não fazendo parte do real, pertence ao universo condicional.
Como Mensagem faz parte dos conteúdos do 12.º ano, falar-se deste duplo valor deste conector/desta conjunção levará os alunos a aperceberem-se da importância dos casos de gramática. São os benefícios do estudo do funcionamento língua…