Eis a análise pedida:
«E é tão lento o teu soar, tão como triste da vida, que já na primeira pancada tem o som de repetida.»
Oração subordinante: «E é tão lento o teu soar, tão como triste da vida»
Orações coordenadas assindéticas: a) «E é tão lento o teu soar»; b) «[é] tão como triste da vida» (elipse, isto é, omissão do verbo)
Subordinada consecutiva: «que já na primeira pancada tem o som de repetida»
Na coordenada assindética b), pode-se ainda considerar a existência de uma estrutura comparativa — «como triste da vida» —, passível de ser interpretada como uma oração subordinada comparativa com elipse do verbo («como ser triste da vida»). Trata-se, de qualquer modo, de uma estrutura invulgar na linguagem corrente uma vez que o advérbio tão é normalmente seguido de adjectivo («tão lento», «tão triste») e não de um constituinte de natureza oracional. Este facto terá de ser associado às questões relativas à especificidade da linguagem poética.