As aspas são sinais de pontuação que, entre outras funções, servem para delimitar citações. O itálico não é um sinal de pontuação, é um tipo de letra, usado normalmente para realçar. Na verdade, é possível usar as aspas em itálico, o que parece indiciar que não há qualquer incompatibilidade no uso simultâneo de ambos. O que acontece é que muitas (senão todas) das funções das aspas são precisamente de realce, o que choca com o pelouro do itálico. Daqui virá a ideia de redundância, pois não precisamos de dois recursos a cumprir a mesma função. E daqui virá também a aceitação de que é possível prescindir de um sinal de pontuação como as aspas se a sua função for assegurada por outro recurso, como acontece, por exemplo, na escrita de um vocábulo estrangeiro, quando se diz que este deve vir entre aspas ou, em alternativa, em itálico. O que é facto é que o emprego do itálico depende mais do estilo de quem edita o texto do que de uma norma da escrita (que, se a houvesse, seria muito difícil de cumprir num texto manuscrito, convenhamos!).
Se reparar, as respostas do Ciberdúvidas, como esta que está a ler, estão todas em itálico. Se no meio delas surgir qualquer coisa entre aspas, estaremos a ser redundantes? Parece-me que não. Nem quando usamos simultaneamente o itálico e o negrito, como nesta palavra. Nesta como na questão que suscita a sua dúvida, estamos no campo do livro de estilo, na área das "regras da casa", na zona da vontade de quem tem a última palavra, em terrenos de gosto pessoal.
Concluindo: É isso correcto? Incorrecto é que não é. É uma redundância? Eventualmente. Mas relembro que a redundância é um recurso estilístico, não necessariamente um erro.