Muitas vezes, o tipo de designação que se dá aos conceitos depende da posição, ou enquadramento, teórica que se adota, pelo que fazer afirmações genéricas como a que submete ao nosso apreço poderá não ser a forma mais adequada de obter uma resposta rigorosa.
Sobre o tema, e ilustrando um pouco o que acabo de dizer, cito o Dicionário de Termos Linguísticos, que fala, não em classes, mas em categorias:
Categoria funcional
Classificação: Sintaxe
Definição: Embora nem sempre seja nítida a divisão das categorias sintáticas em categorias funcionais e categorias temáticas (ou lexicais), apontam-se cinco propriedades que caracterizam as primeiras:
1) constituem classes lexicais fechadas;
2) são geralmente dependentes fonológica e morfologicamente, são frequentemente clíticos ou afixos e por vezes mesmo foneticamente nulas;
3) permitem apenas um complemento, que não é, em geral, um argumento;
4) são normalmente inseparáveis dos seus complementos;
5) carecem de conteúdo descritivo. Marcam traços gramaticais ou relacionais, em vez de escolherem uma classe de objetos.
Fonte: ABNEY (1987).
Categoria lexical
Classificação: Sintaxe
Definição: Segundo a teoria X-barra, as principais categorias lexicais (ou temáticas) – nome, verbo, adjetivo e preposição – são definidas pela associação de dois traços categoriais básicos. Assim, o nome é [+N, -V], o verbo [-N, +V], o adjetivo [+N, +V] e a preposição [-N, -V].
Fonte: CHOMSKY (1981).
Note que uma das características das categorias funcionais é constituírem «classes lexicais fechadas». Além disso, e segundo uma dada teoria (X-barra), as preposições, classe fechada de palavras, estão incluídas nas categorias lexicais.
Para um esclarecimento apropriado ao enquadramento teórico que pretende explorar, o melhor caminho é dirigir-se aos seus professores ou recorrer à bibliografia que, certamente, lhe forneceram.