A catarse era um dos elementos constitutivos das tragédias clássicas (que tinham de conter, entre outros elementos, a hibris, o clímax, o patos…). Neste contexto, a catarse era o meio através do qual uma personagem (geralmente o protagonista) expiava os seus erros pelos sentimentos que lhe causavam sofrimento, de modo a purificar-se e, desta maneira, ultrapassar o fracasso e a dor.
Mais tarde, a catarse deixou de ser um elemento exclusivamente trágico e passou a integrar outros domínios da poética, chegando mesmo a estar presente em alguns dos textos narrativos mais recentes.
Mimese/mímese (/mimése/ em Português europeu) significa imitação e é outro conceito importado da poética grega (em latim, o termo foi transposto para ‘imitatio’) e que, mais tarde, no Renascimento, foi também estendido às artes plásticas. O princípio da mimese é o de que a poética, a arte, deve ser uma imitação da vida real, ou seja: deveria ser o reflexo da realidade. Por isso é impossível não relacionar o conceito de mimese com o de verosimilhança (ou verossimilhança). O princípio da verosimilhança (ou verossimilhança) aconselhava que as artes deviam ter um conteúdo verosímil (ou verossímil), ou seja, possível, coerente. O enredo devia ser possível, e não incongruente.
Os três termos são importados da poética grega e foram depois adaptados para a poética latina, sendo profundamente explorados e aplicados na pintura e literatura renascentistas. Só mais tarde, sobretudo no período do Romantismo, se pôs em causa a importância destes conceitos nas artes em geral.