Evanildo Bechara, na sua Moderna Gramática Portuguesa, p. 556, considera «nem… nem» uma locução prepositiva aditiva. Diz ainda que, quando esta locução integra um sujeito, o verbo fica, normalmente, no plural, embora possa ocorrer no singular.No entanto, o sentido aditivo que sente na frase que utiliza como exemplo pode ocorrer em alguns exemplos de alternativas quando a conjunção vem repetida: Repare no exemplo de Cunha e Cintra – para quem «nem… nem» é aditiva – retirado da Nova Gramática do Português Contemporâneo, p. 576: «Ora lia, ora fingia ler para impressionar os passageiros.» Bechara, na gramática referida, p. 479, considera que exemplos como o que retirei de Cunha e Cintra não são, efectivamente, casos de coordenação, mas de justaposição de frases. Note-se porém, que o conceito de justaposição associado a frases não é comum na análise gramatical em português europeu.