Uma das características da língua portuguesa é o amplo uso do infinitivo.
O infinitivo dá lugar a palavras substantivadas. Exemplo: «O comer está formidável.»
Além disso funciona frequentemente como sujeito. Exemplo: «Querer é poder.»
Para além de funcionar como sujeito ou complemento objecto directo, o infinitivo surge também em orações circunstanciais.
A preposição a seguida do infinitivo dá lugar a uma oração circunstancial em qualquer dos seguintes casos: «a persistirem os sintomas» ou «ao persistirem os sintomas».
Se usarmos conjunções, tornaremos as interpretações mais fáceis. Exemplos: «Quando persistirem os sintomas» ou «Se persistirem os sintomas».
A ausência das conjunções dá lugar a uma menor definição da circunstância, que assim se apresenta temporal e condicional simultaneamente.
Para além deste pormenor, devemos ter ainda em atenção a utilização do artigo definido antes do infinitivo.
O infinitivo é classificado como forma nominal porque pode funcionar como verbo e como substantivo independentemente, ou simultaneamente como é evidente neste caso.
Se dissermos «Ao persistirem os sintomas...», estamos a substantivar o verbo persistir de uma forma muito evidente; se dissermos «A persistirem os sintomas...», a substantivação do verbo é muito mais ténue.
A ausência do artigo corresponde a uma situação generalizadora e mais vaga, enquanto a utilização do artigo é mais concretizadora e objectiva.