A analepse e a prolepse não são recursos estilísticos, mas, sim, processos de representação narrativa abrangidos pelo conceito de anacronia. Por conseguinte, a simultaneidade de analepses ou prolepses é um caso de uso de anacronias. Sobre este assunto, transcrevo parte de um artigo do E-Dicionário de Termos Literários (Vanda Rosa, s. v. "Anacronia", E-Dicionário de Termos Literários, coord. de Carlos Ceia, ISBN: 989-20-0088-9, consultado em 5/10/2009).
«[Termo grego que provém de ana (contra) e chronos (tempo)] Refere-se às alterações entre a ordem dos eventos da história e a ordem em que são apresentados no discurso. Assim, o narrador pode antecipar acontecimentos ou informações (prolepse) ou recuar no tempo (analepse). O uso de anacronias pode ter vários motivos, como por exemplo a caracterização retrospectiva de personagens, a reintegração de acontecimentos que não foram focados no devido tempo ou manter a expectativa do leitor ao fornecer informações antecipadas. [...]»