A palavra droga tem onze acepções como substantivo feminino no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. A que mais nos interessa é «qualquer produto alucinógeno (ácido lisérgico, heroína etc.) que leve à dependência química e, p. ext., qualquer substância ou produto tóxico (fumo, álcool etc.) de uso excessivo; entorpecente». À luz desta definição, pode-se dizer, como o consulente sugere, que o álcool e o tabaco também são drogas.
Mas classificar o jogo como droga parece menos adequado, a não ser que se fale metaforicamente, uso que também está contemplado no Dicionário Houaiss: «algo que atraia, apaixone, intoxique o espírito; Ex.: “o trabalho, como uma d[roga], irremediavelmente o absorveu”». A razão para que o jogo não seja, a rigor, uma droga encontra-se na ausência de um elemento semântico importante: droga é definida como «substância», «produto», o que implica ingestão, inalação ou qualquer outra forma de absorção. Deste modo, o jogo só é uma “droga”, quando comparamos o comportamento de quem nele se viciou ao dos que fumam e bebem substâncias tóxicas e entorpecentes ou com elas se injectam.