No caso que apresenta, o verbo criar é regular. Como tal, o seu futuro, criará, é uma espécie de composto constituído pela forma de infinitivo (criar) e as terminações do presente do indicativo do verbo haver: criar + “(h)ei". Deste modo, quando ao futuro de criar se associam os pronomes átonos de terceira pessoa o(s)/a(s), dá-se a mesóclise, mas, paralelamente, há também outras modificações.
Se escrevemos «ajudá-lo» em «é preciso ajudá-lo», porque na conjugação pronominal o infinitivo perde o r e o pronome em questão passa à forma lo(s)/la(s), então, com o futuro de criar, temos de escrever primeiro criá-lo e depois juntar a terminação de haver na terceira pessoa “-á”, que remonta a há. Além disso, é possível ocorrerem dois acentos agudos na mesma palavra porque a forma se comporta como uma palavra composta cujos elementos se ligam por hífen: vejam-se os caos de água-pé e água-de-colónia.