A resposta dada a A. Teixeira Coelho e Oliveira diz que «A vírgula [também] não deve ocorrer à direita da conjunção e», o que não significa que, em alguns casos, isso não possa acontecer. Diz também, mais adiante, que «há alguns tipos de constituintes que devem ser escritos entre vírgulas». Ora, estamos justamente perante um desses casos. O sintagma «do mesmo passo» é um constituinte encaixado que deve ser escrito entre vírgulas, mesmo depois da conjunção e. Trata-se de uma locução adverbial que desempenha a função de adjunto adverbial da frase. Neste sentido, segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra (pág. 642), apenas se dispensa a vírgula quando os adjuntos adverbiais são de pequeno corpo (têm uma palavra). Se substituir a locução apresentada por um advérbio de modo sinónimo, verá que a vírgula não é dispensável: «Hoje o embrião perde o seu mistério, revelando-nos os seus segredos e, simultaneamente, a sua anormalidade.»