As comunidades autónomas espanholas têm nomes portugueses, conforme se pode consultar no Código de Redacção Interinstitucional do Português em uso na União Europeia. Acontece que alguns destes nomes também são nomes de cidades, que adquirem assim uma grafia portuguesa: Múrcia e Melilha (Ceuta não oferece problema porque tem a mesma grafia).
Em relação às capitais de província, há nomes que passam ao português sem adaptação gráfica: Alicante, Albacete, Ávila, Badajoz, Barcelona, Burgos, Cáceres, Cuenca, Gerona, Granada, Huelva, Huesca, Lérida, Lugo, Madrid, Málaga, , Oviedo, Pamplona, Pontevedra, Salamanca, Santa Cruz de Tenerife, Santander, Santiago de Compostela, Tarragona, Teruel, Toledo. Existem por vezes formas portuguesas, diferentes das espanholas, com plena vigência, muitas vezes devido à projecção que essas cidades têm na vida dos falantes portugueses — ou por haver proximidade geográfica ou porque se trata de uma cidade importante ou ainda por haver tendência espontânea para fazer adaptação gráfica e/ou fónica: Alcântara, Almeria, Bilbau, Cádis, Corunha, Palência, Palma de Maiorca, Sevilha, Segóvia, Saragoça, Sória, Valência.1 Noutros casos, as formas portuguesas podem não estar consolidadas no uso, podendo as formas espanholas ocorrer em alternativa e até serem preferíveis: Cidade Real/Ciudad Real, Córdova/Córdoba, Guadalaxara/Guadalajara, Leão/León, Logronho/Logroño, Samora/Zamora, Valhadolid/Valladolid. Finalmente, há nomes que só surgem em castelhano: Castellón, Jaén, Las Palmas, San Sebastián.
Fora deste âmbito, a tendência parece ser a de usar a forma espanhola ou eventualmente a de uma das línguas regionais espanholas. É o que acontece com muitas localidade fronteiriças: Fuentes de Oñoro, Encinasola, Sanlúcar de Guadiana (mas há excepções: Aiamonte/Ayamonte, Cidade Rodrigo/Ciudad Rodrigo, Sanábria — em vez do antigo Seabra, Tui).
Em conclusão, no caso de Miranda de Ebro, não há tradição de forma portuguesa, pelo que se deve empregar a forma espanhola.
1 Refiro-me apenas a formas espanholas dos topónimos, porque estas é que são normalmente consideradas, apesar de certas formas dos topónimso nas línguas regionais. Assim, não se costuma usar Girona, nem Lleida, nem Donostia. No entanto, Ourense, forma galega de Orense, está a ganhar alguma voga em português, até porque não diverge da tradição gráfica deste idioma.