Recomenda-se que a regência de congruente seja feita com a preposição com.
O adjetivo congruente, que significa «conforme, concordante», usa-se geralmente com a preposição com (sublinhado nosso):
(1) «Umas e outras exigem, portanto, que... vamos buscar-lhes uma última base, congruente com elas.» (Francisco Fernandes, Dicionário de Regimes de Substantivos e Adjetivos, São Paulo, Editora Globo, 2005)
(2) «resultados de uma pesquisa congruentes com as circunstâncias político-sociais» (Dicionário Houaiss)
(3) «De acordo com a sua mecânica celeste, os planetas, o Sol, a Lua e a esfera de estrelas fixas estavam todos dispostos em intervalos congruentes com oitavas.»
Contudo, uma consulta do Corpus do Português, de Mark Davies e Michael Ferreira, faculta exemplos deste adjetivo associado à preposição a:
(4) «Alguns parentes, presumidos de circunspectos, lhe tinham dito que seria proveitoso regalar a filha com os prazeres congruentes à sua idade [...]» (Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição)
(5) «A propriedade nas figuras exige que a expressão seja congruente aos differentes affectos, e paixões d´alma [...].» (António Leite Ribeiro, Theoria)
Como os exemplos 4 e 5 provêm de textos do século XIX, parece legítimo considerar que a regência com preposição a caiu em desuso.
Não se encontra atestação do uso de congruente com como, o que não admira, dado esta palavra ser classificada como conjunção e não se integrar no elenco de preposições com as quais verbos, substantivos e adjetivos constroem regência.