Trata-se de um caso de dupla grafia, que decorre da aceitação de duas pronúncias para a mesma palavra: Egito e Egipto.
Quanto à pergunta final da consulente, "escripta" é uma forma incorreta, porque, embora possa ser uma variante individual, não é legitimada pelo comportamento linguístico de nenhum grupo, seja ele definido pela geografia (dialeto), pelos contrastes sociais (socioleto) ou pelas diferentes modalidades de expressão (registos, oralidade, escrita). Porque não há registo de "escripta" como forma que ocorra sistematicamente na expressão de um grupo de indivíduos, o mais que se pode dizer é que "escripta" é uma variante idioletal, se esta forma ocorrer de forma consistente no discurso de um indivíduo. Se nem isso acontecer, considerar-se-á que, do ponto de vista descritivo, se trata de uma forma fortuita, resultante de um lapso ou de um ato gratuito. Na perspetiva da norma, "escripta" será sem dúvida um erro, porque está excluída do elenco de formas que as comunidades de falantes de língua portuguesa definem, explícita ou implicitamente, como legítimas.