De facto, tal como refere o prezado consulente, no Dicionário Houaiss, são acolhidas as duas formas citadas, isto é, mimosóidea e mimosoídea, sendo que, ao consultarmos a primeira, reparamos na seguinte nota: «forma não preferencial e mais usada que mimosoídea.»
Ainda no mesmo dicionário, é referido o seguinte em relação aos sufixos -oídea e -óidea: «ocorre em umas poucas palavras como afidóidea/afidoídea, cesalpinióidea/cesalpinoídea, filocladóidea/filocladoídea, hipóidea/hipoídea, lotóidea/lotoídea, mesóidea/mesoídea, da terminologia das ciências naturais, do sXIX em diante, terminação composta do elemento composto -oide + o sufixo -ea formador de substantivos femininos da terminologia referida; ver -óideo.»
Assim, ao pesquisarmos por -óideo ou -oídeo, constatamos que este é um elemento de composição pospositivo «em função sufixal equivalente a -oide, que, como -oideu, se depreende por uma sequência de aglutinações: -o- vogal de ligação grega + eîdos 'forma, aspecto, feição' + -eu, num caso, e -'eo (vê-los) neste caso; por sua formação, a tônica, de início, parece ter sido colocada, como seria teoricamente de presumir, sobre o -í-, donde o sufixo (composto) -oídeo, que parece ter sido não só o inicialmente seguido, senão que também o coerente com os casos em que a vogal antecedente não é -o- (como, p. ex., em alcmeídeo, amebiídeo, araneídio, ardeídeo, clapeídeo, coreídeo, danaídeo, diomedeídeo, escarabeídeo, escleídeo); embora, na dicionarização corrente, a forma -óideo venha predominando, pelo menos no Brasil, parece prematuro optar só por ela, razão por que buscamos sempre consignar a dualidade de formas, preconizando a menos usada como preferente: alcalóideo/alcaloídeo, asteróideo/asteroídeo, blastóideo/blastoídeo, blatóideo/blatoídeo, coracóideo/coracoídeo, coronóideo/coronoídeo, deltóideo/deltoídeo, dendróideo/dendroídeo, equinóideo/equinoídeo, esquistossomóideo/esquistossomoídeo, filarióideo/filarioídeo, filaróideo/filaroídeo, glenóideo/glenoídeo, hióideo/hioídeo, ictióideo/ictioídeo, lepidóideo/lepidoídeo, mantóideo/mantoídeo, mastóideo/mastoídeo, odontóideo/odontoídeo, ornitóideo/ornitoídeo, pterigóideo/pterigoídeo, quelonióideo/quelonioídeo, rabdóideo/rabdoídeo, rajóideo/rajoídeo, sarcóideo/sarcoídeo, tarsióideo/tarsioídeo, tireóideo/tireoídeo, xifóideo/xifoídeo, etc.; como dito antes, o sufixo masculino e feminino se apresenta, sempre, com a dualidade possível -óideo:-óidea::-oídeo:-oídea, a que se poderia juntar um terceiro sufixo -oideu:-oideia, de tal modo que, no conjunto, há uma abundância potencial sinonímica do tipo -óideo: -óidea::-oídeo:-oídea::-oideu:-oideia».
Por outro lado, no Dicionário Priberam, por exemplo, surge apenas o termo mimosóideas (no plural e sem definição proposta), e, no Vocabulário Ortográfico do Português (VOP), nenhuma das formas em análise é acolhida. Já no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras (VOLP), é proposto apenas o termo mimosóidea.
Finalmente, valerá a pena referir que, na Enciclopédia Agrícola Brasileira (coordenação de Julio Seabra Inglez Souza, Aristeu Mendes Peixoto e Francisco Ferraz de Toledo, vol. III, Universidade de São Paulo, 2000, p. 292), na linha da já citada nota veiculada pelo Dicionário Houaiss (mimosóidea é «forma não preferencial e mais usada que mimosoídea»), o termo usado é, efectivamente, mimosóidea: «distinguem-se as espécies frutíferas seguintes [...] 10) leguminosa – mimosóidea [...] .»
Tendo em conta o exposto, parece-me que ambas as grafias, e, consequentemente, ambas as pronúncias (na linha, aliás, do que é proposto pelo Dicionário Houaiss), deverão ser aceites, ainda que o uso pareça inclinar-se, a{#c|}tualmente, como podemos verificar, para mimosóidea.