DÚVIDAS

A pronúncia de em e de en nas palavras

Estou com dúvidas na pronúncia correta de "em" e "en" nas palavras.

Por exemplo (notação SAMPA):

vento /ve~ntu/ ou /veJ~tu/

pensar /pe~nsax/ ou /peJ~sax/

lembrar /le~mbrax/ ou /leJ~brax/

tempo /te~mpu/ ou /teJ~mpu/

No início e no final da palavra, estes encontros farão eJ~, ao que eu observo:

empregar /eJ~pregax/

também /t6~beJ~/

em [prep] /eJ~/

No Brasil, várias palavras podem ser pronunciadas das duas maneiras, e eu gostaria de saber se existe uma regra, ou versão mais "correta" para a pronúncia.

Muito obrigado.

Resposta

As pronúncias com [eJ~], usando a sua transcrição1 e se é que bem a entendi, são comuns principalmente entre alguns falantes da cidade de São Paulo. Não é necessário adoptá-la, mas pode fazê-lo se o desejar. Entretanto, parecer-me-ia estranho adoptar essa pronúncia e o [x] que usou para representar o r, já que essa pronúncia, que eu saiba, é mais característica do Rio de Janeiro.

 

1 N. R. As transcrições [e~n] e [eJ~] correspondem, respectivamente, à vogal representada por [ẽ] e ao ditongo representado por [ẽj̃], usando a notação do Alfabeto Fonético Internacional. O símbolo [x] representa uma vogal que soa aproximadamente como o jota espanhol. A notação ou protocolo SAMPA a que se refere o consulente tem a seguinte definição, formulada por António Emiliano, em Fonética do Português Europeu: Descrição e Transcrição (Lisboa, Guimarães Editores, 2009, pág. 56): «O protocolo SAMPA (Speech Assessment Methods Phonetic Alphabet) [...] é um alfabeto fonético para computador que resulta da conversão dos símbolos do IPA [International Phonetic Association] em caracteres ou sequências de caracteres do conjunto ASCII de 7 biyts (posições 33 a 127). O protocolo X-SAMPA (Extended SAMPA) é uma extensão do protocolo SAMPA original de forma a se incluir todos os símbolos literais, diacríticos e auxiliares do IPA.» Pareceu-nos preferível empregar os parênteses re{#c|}tos em lugar das barras usadas pelo consulente, uma vez que a questão levantada se refere a variação fonética dialectal.

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