Não há consenso sobre a etimologia da palavra campanário, pois apercebemo-nos de que há duas versões: uma, a de que deriva do latim medieval campanarius (Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, 1990), e outra, que remete para o «latim tardio campăna, […] já no início do séc. VI. "sino" (it., provç., cat., esp., port. campana), donde campanŭla, "sino pequeno"» (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 2007; Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora).
Independentemente da sua etimologia, o termo campanário implica a presença de sinos, uma vez que tal palavra designa «torre da igreja onde ficam os sinos» (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa) ou «parte da torre em que estão suspensos os sinos» (Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora), o que nos permite associar essa palavra a outros vocábulos «derivados e a compostos eruditos [que se formaram a partir do étimo campăna] que ocorrem desde o Renascimento em diante»: campainha («pequeno sino de mão, ou sineta, usado para chamar a atenção de alguém»), campainhada («toque de campainha; som prolongado, geralmente barulhento, que produz a campainha ao ser muito accionada»), campainhar («accionar uma campainha para fazê-la soar»), campana («sino; sinos utilizados como instrumentos de percussão em orquestra»), campanado («que tem a forma de sino»), campânula («objecto em forma de sino»), campanologia («arte de tocar sinos»), campanólogo («instrumentista que executa composições musicais em sinos, campainhas, copos afinados, etc.»), campanomania («comportamento maníaco caracterizado pelo gosto obsessivo de tocar sinos ou campanas).
Embora não o pareçam, estes termos pertencem, naturalmente, à família de palavras de campanário.