Como poderá ver aqui e aqui, o nome dado aos jogadores da seleção de Portugal que disputou o Campeonato do Mundo de Futebol de 1966 baseou-se no episódio de Os Doze de Inglaterra, descrito por Camões no canto VI de Os Lusíadas. E, mais concretamente, num desses 12 cavaleiros do tempo do rei D. João I (1357-1433) que viajaram até Inglaterra para participarem num torneio em defesa de 12 damas inglesas que não tiveram quem, no seu próprio país, lhes defendesse a honra ofendida por outros tantos nobres seus conterrâneos. Chamava-se Álvaro Gonçalves Coutinho, mais conhecido como Grão Magriço (ou simplesmente o Magriço).
«Parece-nos, de facto, muito apropriada a ideia na medida daquilo que o Grão Magriço1 representa, o belo episódio que Luís de Camões canta em Os Lusíadas, um autêntico desportista que vai jogar a Inglaterra... e até ganhar» — escrevia em julho de 1966 o jornal A Bola, explicando a adoção do nome "Magriços", pela Federação Portuguesa de Futebol, para os jogadores que integravam a seleção nacional participante no Mundial de Inglaterra.
1 Para além de antropónimo, com a origem atrás referida, magriço, como substantivo, tem ainda o sentido de: 1) «pessoa magra, descorada e fraca; magricela [de magro + -iço]»; 2) «defensor de mulheres»; e 3) «defensor ridículo de coisas fúteis» [in Grande Dicionário da Língua Portuguesa, ed. Porto Editora].