A forma da expressão é «ao fim e ao cabo». No contexto da gramática normativa e da tradição purista, Vasco Botelho de Amaral, no Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa (Porto, Educação Nacional, 1938), considerava «ao fim e ao cabo» deste modo (itálico do original a negro): «Espanholismo. Diga-se – por fim, ao cabo, finalmente. Dicionários recentes (o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (2001) da Academia das Ciências de Lisboa e o Grande Dicionário da Língua Portuguesa (2003) da Porto Editora) registam a expressão na acepção geral de «em conclusão», mas não juntam qualquer indicação que possa identificar a sua etimologia. Não consegui encontrar uma obra que me explicasse o desenvolvimento desta locução em espanhol. Julgo, no entanto, que ela está ligada à gramaticalização de expressões que envolvem uma certa redundância entre os elementos constituintes. Nos textos medievais em castelhano, galego ou português, por exemplo, é frequente usarem-se expressões pleonásticas.