Considerando que se trata de um livro para crianças e que a leitura serve, para além da fruição, para que elas adquiram, de forma gradual e indirecta, as regras da língua portuguesa, eu não usaria da liberdade que a sua qualidade de artista da palavra, lhe concede.
Não tem problema nenhum o facto de colocar no início da frase o complemento do verbo. Quando isso acontece, o complemento continua a ter a preposição (creio que será isso o que não gostaria de fazer...) e é seguido de vírgula.
A frase «À moça, doía-lhe a cabeça» obedece a todas as regras...
Veja se gosta!
Para além disto, posso apenas dizer-lhe que, no âmbito da criatividade artística, de quem usa a língua como arte, a consulente pode usar a frase tal como a coloca à nossa apreciação.
Do ponto de vista da criatividade linguística e de algum valor pedagógico que a literatura para crianças deve ter, não lho aconselho.
Um bom trabalho e felicidades.