Eu diria que ambas as situações estão corretas.
Perante a expressão «é necessário», a primeira coisa que importa ter em consideração é verificar se estamos perante uma frase cujo sujeito seja, ou não, uma oração subordinada completiva subjetiva, como em «É necessário que faças o trabalho.», ou em «É necessário fazer o trabalho.»
Neste contexto, o verbo ser e respetivo predicativo ficam no singular e no masculino.
A expressão é, também, usada tendo como sujeito uma estrutura não-frásica, como acontece nos exemplos em apreço, em que o sujeito é «um milhão e quinhentas mil assinaturas», mantendo-se preferencialmente a posição pós-verbal para o sujeito.
Nesta situação é frequente a expressão ficar invariável como em «É necessário muita paciência para ultrapassar a crise.», mas pode concordar com o sujeito: «É necessária muita paciência para ultrapassar a crise.»
Na frase em apreço, há ainda a ter em conta que o núcleo do sujeito é constituído por um nome «assinaturas» a que se associa numeral «um milhão e quinhentas mil». Neste caso, a concordância poderá ser com o numeral ou com o nome a que este se associa. Como o sujeito está em posição pós-verbal, o mais formal é a concordância fazer-se com o elemento mais próximo. Neste caso, o numeral: «É necessário um milhão e meio de assinaturas.» Tal não impede, porém, que a concordância se faça com o nome: «São necessárias um milhão e quinhentas mil assinaturas...»
Se, porventura, o sujeito estivesse na sua posição canónica, ou seja, à esquerda do verbo, manter-se-iam como aceitáveis as duas concordâncias, embora constituíssem um conjunto pouco eufónico, sobretudo com o verbo no singular: ?«Um milhão e quinhentas mil assinaturas são necessárias…»; ?«Um milhão e quinhentas mil assinaturas é necessário…» O mais frequente quando em estruturas deste tipo se opta por deslocar o sujeito para a posição pré-verbal é introduzir uma expressão de realce: «Um milhão e quinhentas mil assinaturas é o que é necessário…»