A frase é um dito popular em castelhano — «No creo en brujas, pero que las hay, las hay» —, ao qual se atribui origem galega. Com efeito, a figura da bruxa (ou da "meiga", como se diz em galego) está muito arreigada na Galiza, pelo que a forma original da frase, segundo a versão galega da Wikipedia, é «eu non creo nas meigas, mais habelas hainas».
Este dito pode ter chegado até à língua portuguesa por via popular, pelo contacto (no Brasil ou em Portugal) entre falantes de castelhano e galego, por um lado, e português, por outro. Outra hipótese é a de que tenha surgido por via literária, por exemplo, através do famoso escritor espanhol de origem basca Miguel Unamuno, que manteve laços estreitos com os meios intelectuais de língua portuguesa de início do século XX.
Note-se que as histórias e lendas acerca de bruxas têm, em Espanha, particular incidência no Norte, por exemplo, nas regiões da (já referida) Galiza e de Navarra. Sobre este assunto, e em ligação com a história da Inquisição, leiam-se as obras Las Brujas y Su Mundo (1961) e Vidas Mágicas e Inquisición (1967), de Julio Caro Baroja.
N. E. – Agradecemos a disponibilidade do jornalista e escritor Baptista-Bastos, da Dr.ª Regina Rocha, do consulente João Chaves e das funcionárias da biblioteca do Instituto Cervantes, em Lisboa, que nos deram pistas para a elaboração desta resposta.