Tal como dir-se-iam (desdir-se-iam) e far-se-iam, desfar-se-iam é a forma correta.
Como se trata de uma forma (pronominal) do verbo desfazer, cuja conjugação é feita como a do verbo fazer1, tem como base a mesma forma irregular do futuro e do condicional [faria(m)], seguindo a regra da formação do condicional (e do futuro) dos verbos reflexivos ou conjugados pronominalmente, em que o pronome é colocado no interior da forma verbal (mesóclise pronominal) após o infinitivo do verbo e antes da forma reduzida -iam.
Nota: Importa lembrar que o futuro e o condicional são formados habitualmente «pela aglutinação do infinitivo do verbo principal às formas reduzidas do presente e do imperfeito do indicativo do auxiliar haver — amar + hei = amarei; amar + hia = amaria» (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2001, p. 391). No entanto, como se trata de uma conjugação pronominal, em que há a colocação do pronome (mesóclise) no interior das formas do condicional, o pronome emprega-se depois da forma abreviada de infinito (far) do verbo principal (de far + ia) — e antes da desinência própria daquele tempo verbal -iam.
1 No futuro e no condicional, os verbos dizer, fazer e trazer perdem a consoante -z- do radical (usada nas formas regulares: dizemos, trazes, fazes ou dizes, do presente do indicativo), e usam uma outra forma abreviada de infinito (trar-, far- e dir-, e não "trazerás"*, "fazerás"* ou "dizerás"*) a que se juntam as desinências próprias daqueles tempos verbais: trar + ei = trarei; far + ei = farei; dir + ei = direi.
Portanto, o mesmo se passa com a conjugação pronominal (trar-se-ia, far-se-ia, dir-se-ia), em que apenas se coloca o pronome em mesóclise (no meio da forma verbal).
* = incorreto, agramatical.