A forma ortográfica correcta é «Viva o Verão». No entanto, no discurso oral muitas vezes fazemos a contracção de sons /a/ e /o/ num só. Este fenómeno é denominado de crase, conforme «Viv/ó/ Verão».
A forma «Viv’o Verão» está incorrecta, pois utiliza-se o apóstrofo apenas para cindir graficamente contracções em que um dos elementos faz parte de um conjunto vocabular diferente («d’Os Lusíadas»), ou em que se dá realce a um elemento através de maiúscula («d’Ele», por exemplo, referindo-nos a Deus); pode ainda utilizar-se nas ligações de santo ou santa («Sant’Ana»), nas ligações antroponímicas como («Nun’Álvares») ou quando a elisão é se dá invariavelmente em Portugal e no Brasil («cobra-d’água»).
Querendo representar a forma com crase, é possível fazê-lo através da colocação de um acento grave sobre o o: «vivò». Observe-se que este procedimento se baseia na seguinte formulação de Rebelo Gonçalves, no Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (1947, pág. 185):
«[...]recebem o acento grave certas formas que representam contracções de palavras inflexivas terminadas em a com as formas articulares ou pronominais o, a, os e as (Bases Analíticas). Estão neste número: cò, cà, còs e càs<, plebeísmos em que o primeiro elemento é a antiga e ainda popular conjunção comparativa ca; comò, comà, comòs, comàs, formas usadas em várias regiões portuguesas e nas quais o priemiro elemento é coma (antigo e popular)= como; prò, prà, pròs e pràs, contracções cujo primeiro elemento é pra, redução da preposição para.»
Embora viva seja uma interjeição e não uma preposição, é possível tomar como modelo as formas atrás descritas e obter "vivò". Esta grafia será, contudo, sempre conotada com um registo linguístico popular.