Sobre a origem histórico-factual da expressão, as fontes consultadas (ver mais adiante) são omissas sobre o assunto. No entanto, do ponto de vista descritivo, é possível dizer que expressão «é o...», seguida de uma forma verbal no modo indicativo, se usa com valor de dúvida ou negação, como diz Guilherme Augusto Simões, no seu Dicionário de Expressões Populares Portuguesas (Lisboa, Edições D. Quixote, 1993), a propósito do caso concreto de «é o dás»:
«É o dás. Diz-se quando se duvida de que alguém dê o que diz dar, ou quando se dá uma nega ("Querias que ele te desse? É o dás!").»
Anote-se, porém, que a construção «é o» + verbo não se limita ao verbo dar, ocorrendo frequentemente como comentário que marca a atitude de alguém que fala e considera improvável ou impossível uma dada situação:
(1) «Julgas que pões o carro a funcionar? É o pões!»
Outras vezes, como diz G. A. Simões, marca uma negação:
(2) «Quiseram que eu falasse, mas é/era o falas, com tantas pessoas a protestar!»