O Dicionário Médico de L. Manuila, A. Manuila, P. Lewalle e M. Nicoulin, na sua edição portuguesa, adaptada e revista por João Alves Falcato, regista o substantivo feminino diabetes (francês “diabète”; inglês “diabetes”) e diz o seguinte: «Nome dado a diversas doenças caracterizadas pela emissão de urina anormalmente abundante e acompanhada de uma sensação de sede intensa. Empregado isoladamente, o termo diabetes significa a diabetes açucarada (diabetes mellitus).» Quanto a diabetes açucarada, o mesmo dicionário diz que se trata de «Afecção crónica caracterizada por poliúria com polidipsia e glicosúria persistente e hiperglicemia (...). Deve-se a uma insuficiência de produção de insulina (hormona hipoglicemiante) pelo pâncreas. Na ausência de um tratamento regular, pode complicar-se de acidose grave com coma e de diversas lesões degenerativas graves (acidentes vasculares, cerebrais ou cardíacos, retinopatia, lesões renais, perturbações nervosas). A diabetes juvenil constitui uma forma particularmente grave e obriga a tratamento com insulina (insulinodependente). A diabetes gorda do adulto obeso é mais fácil de tratar (...).» Por sua vez, o Dicionário da Porto Editora diz que se trata de substantivo feminino de dois números. E a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura (Editorial Verbo) também opta pelo feminino: a diabetes.
Já o Dicionário Eletrônico Houaiss (brasileiro) considera o termo diabetes um «substantivo de dois gêneros e dois números». E observa que diabete é «forma não preferível e menos usada». Sobre a proveniência, este dicionário diz o seguinte: «deve-se a infl. do fr. ‘diabetès’ (1762), ‘diabétès’ (1798) e, enfim, ‘diabète’, o port. diabeta, cuja term., tb. fundada no lat., induziu a mudança de gên. para o fem., que se estendeu à var. diabete (ambas do início do sXIX); em fins do sXIX, na linguagem médica, por infl. erud., começa a prevalecer a f. diabetes do nom. lat., no gên. masc. orig., embora até hoje diabetes tb. ocorra no fem.; a normalização tende a ser com diabetes subst. masc., contra diabete(s) subst. fem.»
Seja como for, o que por enquanto prevalece, pelo menos em Portugal, é o género feminino, atestado na generalidade dos dicionários: a diabetes.