Falar-se em sentido próprio de uma palavra corresponde a referir-se ao seu sentido literal, sem se perspectivar qualquer outro valor semântico, retirando a hipótese de se poder dar outras significações à mesma palavra, situação esta que corresponde à do sentido figurado. Partindo-se destes pressupostos baseados no significado de literal e figurado, apercebemo-nos de que apontam para os conceitos de denotação e de conotação, respectivamente. Assim sendo, estes conceitos linguísticos – denotação e conotação – deverão ser o objecto do seu estudo.
Deverá recordar que «por denotação de uma palavra, entende-se o núcleo intelectual do significado de uma palavra» e, por seu lado, «por conotação, os valores significativos de ordem emotiva, volitiva, social que, como um halo, circundam e penetram aquele núcleo» (Vítor Manuel Aguiar e Silva, Teoria da Literatura, Coimbra, Almedina, 1984, p. 657). É importante também não esquecer que as «conotações são responsáveis pela instauração, num texto, de uma polivalência significativa incompatível com a univocidade característica do discurso científico, jurídico ou didáctico» (Biblos, Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa). E o facto de a conotação estar «estreitamente ligada à plurissignificação» tem levado a que seja objecto de estudo a nível da teoria e da crítica literárias. Vítor Manuel Aguiar e Silva (Teoria da Literatura) explora este tema em «Conotação e plurissignificação do texto literário».
Assim, como estes dois conceitos linguísticos são explorados também pela teoria e pela crítica literárias, deverá procurar estudá-los, tendo em conta as três áreas: Linguística, Teoria Literária e Crítica Literária.