Trata-se de um termo tradicional que se justifica sobretudo pelo facto de os pronomes pessoais se referirem aos participantes de uma situação, entre os quais se contam as pessoas do discurso: eu, me, mim, comigo; tu, te, ti, contigo; nós, nos, connosco*; vós/vocês, vos/os, vos/lhes, convosco/com vocês. Estes pronomes são, portanto, pessoais, não porque se refiram sistematicamente a pessoas ou seres humanos, mas, sim, porque marcam as pessoas (em latim, personae, que significa não só «pessoas» mas também «figuras, papéis interpretados por atores»; cf. Dicionário Houaiss) envolvidas numa situação. Os pronomes pessoais de 3.ª pessoa levantam o problema de poderem referir-se a entidades sem o traço [+humano]. No entanto, mesmo nestes casos, a descrição gramatical mantém o termo «pronome pessoal».
*No Brasil, conosco.