No excerto que nos apresenta, falta o argumento externo do verbo meter — que será o sujeito da frase. Vamos, pois, acrescentá-lo e analisar a frase a partir daí. O período completo, retirado de Segredos, de António Mota, é «D. Florinda veste roupa nova, penteia melhor o cabelo ralo, branco e curto. Calça os sapatos de pano e borracha, fecha a porta com muito cuidado, e mete a chave num saco bastante coçado.»
O sujeito é, pois, D. Florinda. Obtemos assim a frase:
«D. Florinda mete a chave num saco bastante coçado.»
É uma frase de verbo bitransitivo (verbo meter), ou seja, um verbo que selecciona dois complementos: um complemento directo — a chave — e um complemento preposicional — num saco bastante coçado.
Na perspectiva tradicional, dir-se-ia que o predicado da frase é constituído apenas pela forma verbal «mete». Optando por análise e terminologia mais recentes, o predicado será constituído pelo verbo e pelos seus complementos: «mete a chave num saco bastante coçado».