Paulo J. S. Barata - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Paulo J. S. Barata
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Paulo J. S. Barata é consultor do Ciberdúvidas. Licenciado em História, mestre em Estudos Portugueses Interdisciplinares. Tem os cursos de especialização em Ciências Documentais (opção Biblioteca e Documentação) e de especialização em Ciências Documentais (opção Arquivo). É autor de trabalhos nas áreas da Biblioteconomia, da Arquivística e da História do Livro e das Bibliotecas. Foi bibliotecário, arquivista e editor. É atualmente técnico superior na Biblioteca Nacional de Portugal.

 
Textos publicados pelo autor
«Atuação» = «a tua ação»?!...
Mais um engenhoso e inventivo exercício de paraetimologia

«Espanta-me sempre a criatividade dos falantes nestas corruptelas» – declara o consultor Paulo J. S. Barata a propósito de uma entrevista televisiva em que uma etimologia falsa (paraetimologia), a da palavra atuação, teve intuito retórico e oratório.

Portaria, <i>concierge</i>, <i>sky flat</i> e a Fintech House
Dois exemplos a propósito do ambiente multilingue de Lisboa

«Francamente, embora percebendo que o alvo desta empresa é um público internacional, e que comunica sobretudo em inglês, a atual língua franca do mundo, seria exigível, em minha opinião, quanto mais não fosse por respeito e integração no país de acolhimento, que ao menos os textos aparecessem também em vernáculo» – argumenta Paulo J. S. Barata, acerca do uso do inglês e de outras línguas na comunicação pública escrita que se pratica em Lisboa. 

«
«Esta é a massa de que tu gostas» ou outra formulação?

«Neste caso nem sequer é só um erro ortográfico, é uma sintaxe falha de tudo e que faz com que nem o sentido seja unívoco…» – observa o consultor Paulo J. S. Barata a respeito da péssima sintaxe de um anúncio afixado num restaurante lisboeta.

A «bala de prata» que mata <br> os «problemas da habitação»?!...
Um uso feliz e outro mais fruste

Em Portugal, agudiza-se a crise da habitação, e, a propósito, emprega-se a expressão «bala de prata» como metáfora da solução para o problema. Um apontamento do bibliotecário e especialista em arquivística Paulo J. S. Barata.

Pergunta:

Se existe o adjetivo social-democrata, não deveria escrever "Partido Social-Democrata", com hífen?

Obrigado.

Resposta:

Social-democrata é uma expressão formada pela justaposição das palavras social e democrata, ligadas por hífen, sendo um adjetivo composto, quando designa o que é relativo à social-democracia, ou um nome, quando identifica os seguidores da social-democracia ou os membros ou simpatizantes de um partido que perfilha essa ideologia. Perfilhando o Partido Social-Democrata (PSD) a social-democracia ou a ideologia social-democrata, e sendo os seus membros sociais-democratas, o partido que os representa terá de necessariamente designar-se Partido Social-Democrata, com hífen. Se um indivíduo é um social-democrata, a entidade coletiva que o representa, o partido, também tem de ser Social-Democrata.

As palavras social e democracia ou democrata vivem por si, mas para significar a «social-democracia» ou os seus partidários têm necessariamente de se ligar através de hífen. Só juntas representam a qualidade dos que a defendem, sejam indivíduos, os sociais-democratas, sejam estruturas coletivas, o Partido Social-Democrata, a Juventude Social-Democrata, os Trabalhadores Social-Democratas, os Autarcas Social-Democratas, as Mulheres Social-Democratas. É o que seria expectável que acontecesse em Portugal com o PSD e estruturas afiliadas, é o que parece que acontece quando se designam outros partidos que contêm Social-Democrata na sua designação, como o bem conhecido SPD Alemão (Partido Social-Democrata da Alemanha), e outros que, por exemplo, a