Maria Regina Rocha - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Textos publicados pela autora

Pergunta:

Venho solicitar o esclarecimento sobre a seguinte questão. Deve escrever-se «A festa foi demais», ou a «A festa foi de mais»?

Grata pela atenção.

Resposta:

Deve escrever-se que «a festa foi demais».

Existem dúvidas a respeito do emprego de demais e «de mais». Vamos tentar esclarecê-las. Para tal, vejamos bem como se classificam e o que significam demais e «de mais». São quatro as acepções a considerar.

A. Demais, uma só palavra, pode ser um pronome ou um determinante indefinido, equivalente a «outros», «outras», «restantes». Exemplos:

(1)    Só entraram na igreja três excursionistas; os demais ficaram a apanhar sol no jardim (= «os outros, os restantes»).
(2)    Daquelas senhoras, uma comeu peixe, as demais comeram carne (= «as outras, as restantes»).
(3)    Toda a gente já ouviu falar de Luís de Camões, de Fernando Pessoa, de Miguel Torga e dos demais escritores indicados nos programas de Português do Ensino Secundário (= «os outros»).

B. Demais (ou ademais), uma só palavra, também pode ser um advérbio que significa «além disso», «de resto». Exemplos:

(4)    Esse trabalho é muito difícil; demais, é mal pago (= «além disso»).
(5)    Não lhe obedeças; demais, essa determinação não está no regulamento (= «de resto»).

C. Demais, uma só palavra, pode ainda ser um advérbio de modo que exprime a intensidade e significa «muitíssimo», «excessivamente», «em demasia», «demasiadamente». Emprega-se intensificando formas verbais, advérbios ou adjectivos. Exemplos:

(6)    Ele fuma demais (= «fuma excessivamente», «...

Artigo de Maria Regina Rocha no Diário do Alentejo de 12 de Setembro de 2008, na sua coluna A Vez… ao Português, sobre "a triste subserviência de responsáveis portugueses à língua inglesa".

Num dos passados domingos, na RTP1, ao serão, foi transmitida uma comédia americana produzida em 1996, Corações Roubados (título original: Two if by the sea), que começa com o roubo de...

A insistência na forma "paralímpico(s)" — uma adaptação forçada do inglês 'paralympic', como aqui se lembrava, e a despeito, inclusive, do parecer da professora Margarita Correia — levou a este novo esclarecimento de Maria Regina Rocha, a pedido da RTP. Apesar desse pedido, a própria RTP ignorou posteriormente ambos os esclarecimentos prestados.

 

Dos Jogos Olímpicos aos Paraolímpicos

Depois dos Jogos Olímpicos de Pequim, os Jogos Paraolímpicos. Tema para uma abordagem à volta de palavras ligadas ao atletismo. 

(...) Olímpico é uma palavra da família de Olimpo, a morada das divindades da mitologia grega, monte entre a Macedónia e a Tessália, e de Olímpia, cidade-berço dos mais famosos jogos da Antiguidade Clássica.

Das mais de 200 invocações do nome mãe de Jesus Cristo, Maria Regina Rocha escreve sobre três delas, em artigo publicado no "Diário do Alentejo" do dia 15 de Agosto de 2008, na sua rubrica quinzenal, «A vez... ao Português».