A insistência na forma "paralímpico(s)" — uma adaptação forçada do inglês 'paralympic', como aqui se lembrava, e a despeito, inclusive, do parecer da professora Margarita Correia — levou a este novo esclarecimento de Maria Regina Rocha, a pedido da RTP. Apesar desse pedido, a própria RTP ignorou posteriormente ambos os esclarecimentos prestados.
As Paraolimpíadas são uma competição desportiva internacional de estrutura e objectivos idênticos aos das Olimpíadas, destinada a atletas com deficiência. As palavras paraolimpíadas e paraolímpico deverão manter o o que constitui a sílaba inicial da palavra-base (paraolímpico, e não "paralímpico").
Quer se considere a palavra formada de paraplegics e Olympics quer com o elemento grego para- (que exprime a ideia de aproximação, proximidade, presente, por exemplo, nas palavras paramédico e parapsicologia), e a palavra olímpico, essa vogal o deve manter-se. Suprimir a vogal o significa atentar contra a integridade semântica da palavra, formada a partir da palavra Olimpíadas.
Olimpíadas e olímpico são palavras da família de Olimpo, a morada das divindades da mitologia grega, monte entre a Macedónia e a Tessália, e de Olímpia, cidade-berço dos mais famosos jogos da Antiguidade Clássica.
Em síntese: não é recomendável a supressão da sílaba inicial o, pois o radical das palavras Olimpo e Olímpia contém-no. Estas palavras têm como sílaba inicial esse o, e não lim. O radical de uma palavra é o seu elemento essencial, portador do sentido primitivo e fundamental, e, portanto, é invariável.
No caso em apreço, a supressão da sílaba o atenta contra a própria essência do berço das Olimpíadas, a cidade de Olímpia.