Marco Neves - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Textos publicados pelo autor
História das línguas de Lisboa
Antes de Portugal

«Há 7000 anos, quem vivesse à volta do estuário do Tejo ouviria palavras de viajantes de outras zonas da Ibéria, que falariam [várias] línguas antigas. Não seria impossível encontrar falantes do basco da época, do tal ibérico, de línguas mais próximas que hoje não têm nome — e ainda palavras das línguas do Norte de África. Não se ouviria, certamente, uma só língua. É difícil reconstruir a paisagem linguística desses tempos. Temos apenas vislumbres.» 

Texto do tradutor e professor universitário Marco Neves, dedicado à história das línguas que se falaram em Lisboa, das mais remotas, pré-indo-europeias, até à implantação medieval do galego-português na cidade que veio a tornar-se a capital do reino de Portugal. Transcreve-se com a devida vénia o artigo publicado no blogue Certas Palavras em 6 de março de 2022, mantendo-se a grafia do original, que segue a norma ortográfica de 1945.

 

O português e as línguas da Ucrânia
Também a propósito de bilinguismo na história de Portugal

«Falo em russo, mas posso mudar para o ucraniano quando é mais apropriado, visto que as duas línguas são tão semelhantes entre si como o português e o espanhol. Frequentemente na televisão ou em apresentações de livros as pessoas conversam nas duas línguas simultaneamente.» 

Apontamento* do tradutor Serge Lunin, falante de russo e de ucraniano,  dando conta da história da sua aprendizagem do português, cuja história lhe serve de mote para uma reflexão sobre o bilinguismo na Ucrânia.

 *Texto apresentado pelo professor universitário Marco Neves, que o incluiu no seu blogue Certas Palavras em 6 de fevereiro de 2017, com tradução de Ivan Mestre. Escrito segundo a norma ortográfica de 1945, seguida pelo original.

 

Cf. A situação linguística na Ucrânia: apontamentos históricos

 

 

Qual é a origem da palavra <i>guerra</i>?
Uma relação etimológica com varrer

«Como é que guerra e varrer têm a mesma origem, mas significados tão diferentes» A respeito da etimologia mais remota da palavra guerra, no contexto da crise política e militar na Ucrânia, um apontamento que o professor universitário e tradutor Marco Neves publicou no blogue  Certas Palavras 13 de fevereiro de 2022.

Na imagem, guerreiros francos. Fonte: "The Frankish way of war" in Weapons and Warfare. History and Hardware of Warfare (consulta em 17/02/2022).

As dez línguas de Portugal
O que é uma língua?

« [O] site [Ethnologue] encontra dez línguas em Portugal! E nem sequer incluíram o inglês algarvio.» Comentário irónico do professor universitário Marco Neves num artigo dedicado à diversidade linguística que é possível identificar em Portugal e no qual se inclui também uma reflexão sobre o que vem a ser o valor de uma língua. Transcreve-se, com a devida vénia, o texto publicado no portal Sapo 24 em 23 de maio de 2021, mantendo-se a norma  ortográfica de 1945 do original Minderico.

Qual é a distância entre o galego e o português?
Uma métrica para a variação intra e interlinguística

«[...] na escrita, a distância entre o português actual e o português do tempo de Camões é apenas ligeiramente inferior à distância, na actualidade, entre o galego e o português. Aproveitemos a proximidade — afinal, se conseguimos ler Os Lusíadas, também conseguimos ler em galego.»

O professor universitário, divulgador de temas linguísticos e tradutor Marco Neves apresenta um método – o da métrica da Perplexity Language Distance (Distância Linguística da Perplexidade) – para avaliar objetivamente a distância entre línguas e as suas variantes internas. As conclusões a que chegou um grupo de investigadores galegos é que o português e o galego evoluíram de maneira divergente a partir do século XV, até ao século XIX, para depois convergirem com o castelhano, que tem, desde cedo, importante interferência em ambos, mas de forma diferenciada. Transcreve-se com a devida vénia o presente artigo, mantendo a ortografia de 1945 adotada pelo texto original.