«Há 7000 anos, quem vivesse à volta do estuário do Tejo ouviria palavras de viajantes de outras zonas da Ibéria, que falariam [várias] línguas antigas. Não seria impossível encontrar falantes do basco da época, do tal ibérico, de línguas mais próximas que hoje não têm nome — e ainda palavras das línguas do Norte de África. Não se ouviria, certamente, uma só língua. É difícil reconstruir a paisagem linguística desses tempos. Temos apenas vislumbres.»
Texto do tradutor e professor universitário Marco Neves, dedicado à história das línguas que se falaram em Lisboa, das mais remotas, pré-indo-europeias, até à implantação medieval do galego-português na cidade que veio a tornar-se a capital do reino de Portugal. Transcreve-se com a devida vénia o artigo publicado no blogue Certas Palavras em 6 de março de 2022, mantendo-se a grafia do original, que segue a norma ortográfica de 1945.