v - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
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Textos publicados pelo autor
Os Dias da Semana
Por Pedro Cotrim, Soraia Oliveira

Um livro dirigido às crianças que visa explicar uma peculiaridade da denominação dos dias da semana em português1. O texto é de Pedro Cotrim e as ilustrações de Soraia Oliveira, nesta publicação de 2023 da Centro Atlântico, um editora sediada em Vila Nova de Famalicão.

Conta-se a história de um rapazinho, o Raul, que, estando a elaborar um calendário num domingo, é surpreendido pelo Sol, depois, no dia seguinte, pela Lua, na terça, por Marte, na quarta, por Mercúrio, na quinta, por Júpiter, na sexta, por Vénus, e no sábado por Saturno. A visita de todos estes astros, sete ao todo, define a repartição da primeira parte do livro, na qual se revela como na maioria das línguas românicas e nas línguas germânicas – com atenção especial para o inglês – os nomes do dias da semana têm origem nos nomes dos antigos deuses pagãos romanos e nórdicos. Este primeiro momento fecha com duas perguntas: «Porque é que [em português] dizemos "sábado", "domingo", "segunda", "terça", "quarta", "quinta" e "sexta"? Também são nomes de deuses?»

A segunda parte do livrinho desvenda o mistério: os nomes da semana do português remontam aos tempos do Reino Suevo, que ocupou nos séculos V e VI toda a Galécia e o norte da Lusitânia e devem-se à ação de S. Martinho de Dume (518?-579). Esta figura veio da antiga província romana da Panónia, que hoje corresponde a territórios da Hungria, da Áustria,...

Português Já – Iniciação
Por Diana Oliveira

Português Já – Iniciação é uma manual destinado à prática da gramática e vocabulário na aprendizagem do português como língua estrangeira, publicado pela Porto Editora e da criação intelectual de Diana Oliveira. As propostas didáticas deste livro foram especialmente pensadas para quem, por motivos académicos ou profissionais, tenciona aprofundar e consolidar os seus conhecimentos gramaticais e lexicais ao mesmo tempo que desenvolve as suas competências comunicativas. Este volume insere-se no projeto Português mais perto, uma plataforma da Porto Editora, apoiada pelo Instituto Camões, que reúne um conjunto de materiais e aulas interativas para aprendentes de português como língua não materna dos diferentes níveis de proficiência.

Em termos estruturais, o manual está organizado em 28 unidades com exercícios diversificados de gramática e léxico, incluindo ainda atividades de compreensão do oral. Ao longo do livro, acompanham-se duas personagens, os amigos João e Izabela, que vivem várias situações comunicativas do quotidiano, como por exemplo uma ida às compras. Através destes contextos comunicativos são introduzidos, de modo contextualizado, os conteúdos gramaticais e lexicais do nível de iniciação.

Cada unidade é iniciada por um diálogo exemplificativo do uso de uma determinada estrutura gramatical. Depois, é apresentada uma breve explicação do funcionamento dessa estrutura, acompanhada de exercícios de aplicação. O vocabulário relacionado com a situação comunicativa explorada na unidade é didatizado a seguir. No final de cada unidade, são aprese...

Atlas Histórico da Escrita
Dos sumérios ao digital
Por Marco Neves

Atlas Histórico da Escrita é o  mais recente livro publicado pelo professor universitário e investigador na área das línguas, literaturas e cultura, Marco Neves, na editora Guerra & Paz (2023)¹. Profusamente ilustrado com os mapas, imagens e infografias² sinalizadoras dos principais registos que se conhecem da história das línguas no mundo dos últimos cinco milénios, a obra, como sintetiza o autor na apresentação, percorre as três grandes revoluções da escrita: «A sua invenção e evolução ao longo dos tempos; a expansão da imprensa, da literatura e da leitura nos últimos séculos; e a explosão, nos últimos 70 anos, da alfabetização, com mais de metade da população humana a saber ler e escrever». Ou seja,   como a escrita «[se tornou] basilar para compreendermos o mundo».  

Dividido em seis partes, o  primeiro capítulo, "Os Alvores da Escrita",  aborda a importância do «princípio de rébus» na passagem da protoescrita para a escrita e o mecanismo de distinção entre a escrita e outros tipos de sinais, como é o caso dos mais antigos  que se conhecem (3100 A.C.), o a...

Novas dinâmicas do português
A África atlântica e o Brasil
Por Carlos Filipe Guimarães Figueiredo, Rita Gonçalves, Tjerk Hagemeijer, Márcia Santos Duarte de Oliveira

O livro Novas Dinâmicas do Português. A África Atlântica e o Brasil (2022), publicado da Livraria Atlântico com o patrocínio do Instituto Politécnico do Libolo (Cuanza Sul, Angola), reúne um conjunto de onze estudos sobre fenómenos linguísticos atualmente observáveis em cinco países – Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola e Brasil –, os quais partilham marcas do passado colonial português, durante o qual se registaram importantes fenómenos de contacto linguístico, como seja a génese de várias línguas crioulas.

O volume, coordenado pelos linguistas Carlos Filipe Guimarães Figueiredo, Rita Gonçalves, Tjerk Hagemeijer e Márcia Oliveira, reparte-se por cinco secções, que são «uma demonstração da capacidade e necessidade de adaptação da língua portuguesa a ecologias linguísticas distintas» (ver sinopse da promoção editorial). A primeira, dedicada a Angola, é  constituída por três artigos, um sobre o impacto do quimbundo no léxico do português da cidade de Luanda – são especialmente interessantes os quimbundismo sufixados com morfemas do português, como quilapista, «caloteiro», alembamento, «dote» ou sabular, «falar à toa» – e dois sobre a entoação e a interação e...

Discurso Académico: Conhecimento disciplinar <br>e apropriação didática
Por Paulo Nunes da Silva, Alexandra Guedes Pinto, Carla Marques

Discurso Académico: Conhecimento disciplinar e apropriação didática é uma publicação da Grácio Editor e organizada por Paulo Nunes da SilvaAlexandra Guedes Pinto e Carla Marques. Reúne um conjunto de artigos que resultam de contributos apresentados no II Encontro Nacional sobre Discurso Académico (ENDA2) e que, tal como assinalam os organizadores na introdução, partiram de «enquadramentos teóricos e de metodologias diversificadas», materializando o título do encontro «Discurso Académico: Comunidade de investigação e identidade» (pág. 17).

Em termos estruturais, a revista está organizada em três partes: uma primeira parte dedicada às práticas no Ensino Básico e Secundário, uma segunda parte que se debruça sobre as práticas no Ensino Superior e, por fim, uma terceira parte que inclui as contribuições que resultam das apresentações em mesas redondas.

Da parte I, destaca-se o texto «Do ensino explícito da escrita ao desenvolvimento da consciência discursiva», de Ana Maria Simões, que apresenta um estudo de caso de uma turma de português do 12.º ano (último nível do ensino secundário português). A recolha de dados demonstra que o ensino explícito da estruturação do discurso na produção escrita é uma abordagem significativa para o desenvolvimento da consciência discursiva dos estudantes, evidenciando as atividades didáticas que visam a recuperaçã...