v - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
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Textos publicados pelo autor
Dicionário de Falares do Alentejo (3.ª edição)
Por Vítor F. Barros e Lourivaldo Martins Guerreiro

«Borracheiro», que – via Brasil – tem o sentido generalizado de «seringueiro», no Baixo Alentejo chama-se ao trator agrícola. Mais acima, em Évora, «borrego» também quer dizer «monte de palha». Mas em Reguengos diz-se do que a esposa, à sucapa do marido, tira da despensa (azeite, trigo, etc.), para, com a venda, obter dinheiro para ela. E «fineza», em Ferreira do Alentejo, significa proeza, façanha, valentia. Já em Beja, usa-se a expressão «já agora logo amanhã», equivalente a «deixa estar», «fica para mais tarde». E, em Marvão, «mandar o bacalhau» significa o mesmo que «ter poder sobre os outros».

Muitos mais outros termos e expressões típicos do Alentejo constam deste Dicionário de Falares do Alentejo, com a coautoria do professor de Português Vítor Fernandes Barros¹ e do publicista Lourivaldo Martins Guerreiro. Organizado nos moldes de um dicionário v...

Bibliotecas
Maravilhas de Portugal
Por Libório Manuel Silva

Porque não falar dos espaços onde os livros se conservam? A palavra que os designa foi introduzida em português por via do francês bibliothèque, adaptação do latim bibliotheca, que foi buscar os seus elementos constitutivos ao grego, mais precisamente aos radicais de biblíon, «papel de escrever, carta, lousa, tábula de escrever, livro», e thêke, «caixa» (cf. Dicionário Houaiss). Em Portugal, são famosas a Biblioteca Joanina da Universidade Coimbra e a biblioteca do Convento de Mafra – mas há outras, e, para as conhecer, o livro que aqui se apresenta. Prefaciado por Eduardo Lourenço, trata-se de um volume com 140 imagens de 22 das muitas bibliotecas históricas de Portugal, num conjunto tipologicamente diversificado: públicas ou privadas, pequenas ou grandes, famosas ou `desconhecidas’, de acesso livre ou museológicas, civis ou militares. Nesta obra, Libório Manuel Silva proporciona, assim, momentos de puro encantamento a quantos gostam de livros e se interessam pela salvaguarda do património cultural português.

Cf. Pensar o livro: as bibliotecas ou o elogio da democracia
 

 

O Verbo
Por Leonor Sardinha e Lydia Vieira Ramos

 

Destina-se este livro, elaborado por Leonor Sardinha e Lydia Vieira Ramos, tanto aos alunos dos ensinos básico e secundário como a todos os que nutrem interesse e revelam dificuldades neste campo específico do estudo da gramática. Trata-se, portanto, de uma obra que se pretende acessível, constituindo, de modo compacto, um interessante guia em torno do funcionamento verbal.

Dividido em 9 secções – em que se discutem as classes e subclasses verbais, o advérbio, a sintaxe do grupo verbal e respetivas funções sintáticas, a semântica verbal, o lugar do verbo na construção do discurso direto e do discurso indireto, a regência verbal e a conjugação de diversos verbos regulares das três conjugações e dos principais verbos irregulares –, as autoras focam alguns dos principais aspetos a ter em conta no que concerne ao uso do verbo, oferecendo uma agradável introdução ao conhecimento explícito desta área gramatical. Do mesmo modo, este guia poderá constituir um elemento útil para todo o estudante de português língua segunda/estrangeira.

A Língua Iluminada
Antologia do Vocabulário de Rafael Bluteau
Por João Paulo Silvestre

 

Assinala-se em 2013 o tricentenário da publicação do Vocabulario Portuguez e Latino da autoria de Rafael Bluteau (1638-1734). Nascido em Londres mas filho de pais franceses, Bluteau, clérigo regular teatino (da ordem de S. Caetano), chegou em 1688 a Portugal, onde veio posteriormente a falecer, já muito idoso. Como os grandes Humanistas do Renascimento, Bluteau foi um infatigável viajante, havendo passado por França e Itália, países nos quais adquiriu a sua formação universitária,  antes de desembarcar em Portugal. De caráter transnacional e multilingue, Bluteau adquire rapidamente a língua portuguesa, auxiliado por uma meticulosa leitura de autores portugueses aliada a uma incessante recolha de notas linguísticas. Em Portugal toma contacto com a vida quotidiana da população, com as atividades por ela desenvolvida, e com os exóticos horizontes multiculturais que a Lisboa cosmopolita de então ostentava.

À publicação do Vocabulario subjaz um rigoroso labor que se arrastou ao longo de três décadas. A obra capital do erudito padre, que podemos considerar como o primeiro dicionário a captar a  riqueza e a diversidade da Língua Portuguesa e a instituir-se, por conseguinte, como marco de referência para todas as posteriores criações no domínio da lexicografia portuguesa, é composta por oito volumes, o primeiro dos quais levado ao prelo em Coimbra em 1712 durante o reinado de D. João V. O derradeiro volume surge em 1728.

É pois com grande agrado que registamos a edição desta antologia do Vocabulario de Bluteau, organizada por

Grande Dicionário de Dificuldades e Subtilezas <br> do Idioma Português
Por Vasco Botelho de Amaral

Para assinalar o centenário do nascimento de Vasco Botelho de Amaral (1912-1980), surge a reedição, limitada  ainda a apenas 30 exemplares, do há muito esgotado Grande Dicionário de Dificuldades e Subtilezas do Idioma Português (primeiro publicado em fascículos e com duas reimpressões em 1958). A edição, em dois volumes (no total de 2200 páginas), foi  coordenada por António Botelho de Amaral e Margarida Botelho de Amaral Freire, filhos do eminente professor que consagrou a vida à investigação tanto da língua e da literatura portuguesa, como da inglesa.

De acesso ainda restrito, encontra-se apenas disponível nalgumas bibliotecas de Lisboa – por exemplo, da Faculdade de Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Centro Cultural de Belém – e na British Library, de Londres.

Apologista de uma Filologia ao serviço do Homem, Vasco Botelho de Amaral organizou este Grande Dicionário de modo a torná-lo acessível a todos, independentemente do seu nível de instrução e da sua classe social. Profundamente rigoroso, mas ao mesmo tempo atento a uma lúcida simplificação visando a heterogeneidade dos seus leitores, considerou Vasco Botelho de Amaral ter entre mãos uma «iniciativa com vista ao futuro», partindo do pressuposto de ser necessário compreender as origens e as razões da evolução da Língua Portuguesa de modo a tecer considerações acerca do devir do idioma.

 

A reedição que agora nos é apresentada respeita o texto original, num critério de fidelidade que se escusou a enveredar por assuntos concernentes ao português dos nossos dias. É, pois, com muito agrado que saudamos a disponibilizaç...