v - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
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Textos publicados pelo autor
<i>Gramática Descomplicada</i>
Por Sandra Duarte Tavares e Sara Leite

Das mesmas autoras de Quem Tem Medo da Língua Portuguesa?S.O.S. Língua PortuguesaSandra Duarte Tavares, consultora do Ciberdúvidas, é ainda coautora do livro Assim é que é falar! (201 perguntas, respostas e regras sobre o português falado e escrito –, com a chancela da editora Planeta, este novo livro é explicitamente dirigido «para pais e filhos, alunos e professores e muito mais». Como se enuncia na sua apresentação:

«Quantas vezes não teve dificuldade em ajudar os seus filhos a estudar para um teste de Português ou a resolver um exercício de gramática? Quantas vezes não ficou confuso ao tentar compreender a diferença entre um quantificador e um determinante indefinido, ou entre um complemento indireto e um oblíquo? Provavelmente muitas... mas decerto não é o único!»

Daí o propósito explícito deste «guia [que] procura desmistificar a complexidade da terminologia línguística atual», provando «como o conhecimento da língua pode ser descomplicado.».

Assente, por isso, numa linguagem acessível ao grande público – que é, afinal, o  principal destinatário (e beneficiário) deste, assim denominado pelas autoras, «bê-a-bá da Gramática para Pais». Estruturado em três capítulos: letras e sons (o alfabeto, as vogais e consoantes, as sílabas e a acentuação), palavras (aqui incluído um quadro com 20 casos de palavras que podem pertencer a diferentes classes gramaticais, conforme a frase correspondente a determinar a respetiva categoria sintá...

<i>Dicionário de Insultos</i>
Por Sérgio Luís de Carvalho

   Com o Dicionário de Insultos, o historiador Sérgio Luís de Carvalho visa reunir, como anuncia a capa do livro, «estranhas origens e bizarras histórias» à volta de 500 insultos. Nesta obra, que prima pela originalidade, podemos encontrar os mais variados insultos e expressões injuriosas que fazem parte do património e, essencialmente, da expressividade da língua portuguesa.

Quem nunca chamou «gandulo» a um «jovem mal comportado» ou «matulão» a uma «pessoa desajeitada e grande»? Quem nunca «deu o braço a torcer» depois de ser teimoso ou fez um «bicho-de-sete-cabeças» em determinada situação complicada? Estes são exemplos de conhecidas expressões, umas injuriosas, outras jocosas, que compõem o dicionário. No entanto, além de insultos e expressões mais convencionais, os mais curiosos podem encontrar no dicionário outros termos talvez mais estranhos. Assim, alguém pode sentir-se insultado se lhe chamarmos «draconiano», ou seja, «alguém que toma medidas demasiado rígidas, demasiado radicais e extremistas»; pouco cortês é certamente «azêmola», aplicado a gente rude e ignorante; e que dizer de «sevandija»,  designação de «pessoa que explora outro de quem vive às custas»?

Se considera que insultar bem é uma arte, não seja «mandrião» e consulte o dicionário que aqui falamos. Aprenderá, certamente, «apodos, epítetos, apóstrofes, desconsiderações, achincalhamentos, verrinas, ofensas e outros modos de apoucar quem nos azucrina» (cf. capa do livro). 

 

<i>Prontuário</i>
Erros Corrigidos de Português (6.ª edição)
Por D´Silvas Filho

Novidades desta 6.ª edição da obra de D´Silvas Filho, em relação à anterior (a 1.ª data de 1994):

• O livro foi todo adaptado ao Acordo Ortográfico, embora no capítulo "Vocabulário Fundamental" esteja indicada também a grafia que vigorava na norma anterior, permitindo assim que esta seja também uma obra de consulta para quem deseja continuar a escrever na antiga norma durante o período de moratória em Portugal (até 2015).

• Inclui, na parte do capítulo "Glossário dos Erros Corrigidos", as regras tradicionais da gramática em notas simplificadas de pé de página, permitindo, assim, uma mais imediata consulta.

• O capítulo "Regras Ortográficas" é dedicado fundamentalmente ao Acordo Ortográfico – sendo que as normas se apresentam para facilitar uma consulta separada e minuciosa sobre o que (não) muda em relação à norma de 1945.

• No último capítulo, intitulado "Parecer sobre o Vocabulário Fundamental", o autor explana as suas divergências quanto ao que considera «soluções incoerentes» acolhidas no Acordo Ortográfico de 1990 – com as respetivas propostas que sugere «para o aperfeiçoamento»  do texto final da nova reforma ortográfica do português, tendo em vista a elaboração em curso do

<i>Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa</i>
Por Adalberto Alves

A vasta herança árabe na língua portuguesa, geralmente identificada com a maioria das palavras começadas por al- (aldeia, alfinete, alfândega, alfaiate, alface, etc.), evidencia-se ou insinua-se onde menos se espera: por exemplo, em topónimos portugueses como S. Miguel de Ceide (tradicionalmente, Seide) e Beja, em nomes pessoais como Fátima, em expressões como oxalá ou em decalques como «se Deus quiser». Para divulgar todo este legado, o Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa pretende ir ao encontro de um público não especializado mas interessado em iniciar-se na tarefa de avaliar a influência do árabe no português ao longo dos séculos. Tal é o propósito expresso pelo autor:

«Achei mais prudente, como sempre tenho feito, dirigir-me, em primeira mão, ao grande público, aquele que mais carente está de saber, e não tem fácil acesso ao conhecimento em “circuito fechado”, que caracteriza os gabinetes académicos.»

Não sendo, pois, um instrumento de consulta elaborado com a preocupação de se conformar às abordagens etimológicas mais canónicas, a sua consulta leva-nos a apreciar o resultado da longa história da presença linguística árabe que, no território de Portugal, se prolongou por vários séculos (entre os séculos VIII e XIII, e mesmo mais tarde). Observe-se que esta obra oferece a particularidade de incluir a onomástica (antroponímia e toponímia) ao lado do léxico comum, seguida de outras secções: uma lista de palavras, locuções e provérbios que, segundo o autor, o português terá decalcado do árabe; e uma secção sobre a ocorrência da palavra mouro com os seus derivados na onomástica portuguesa. É, portanto, uma proposta de recuperação do passado cult...

Gramática do Português
Por Eduardo B. Paiva Raposo et al.

Há muito aguardada – trata-se do resultado de um projeto iniciado em 2000 –, a publicação desta gramática impõe-se certamente em Portugal como o acontecimento mais marcante de 2013 em matéria de estudos gramaticais. Com edição da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) obra, constituída por três volumes (o terceiro volume ainda não se encontra disponível), apresenta-se como uma gramática de referência, tendo por objetivo fundamental a descrição a norma culta do português europeu, sobretudo encarado do ponto de vista sincrónico e abrangendo vários níveis estruturais – da sintaxe à semântica, da morfologia à fonologia. No entanto, não se julgue que esta obra se limita à variedade lusitana: os capítulos iniciais são dedicados à variação da língua não só no eixo histórico, mas também na sua dimensão geográfica, quer relativa à dialetologia no território atualmente português, quer nos países onde ela tem estatuto oficial, em especial no Brasil, em Angola e Moçambique. Mas a sua originalidade parece residir sobretudo no modo como se posiciona relativamente ao confronto (nem sempre pacífico) entre a gramática tradicional (ou prescritiva) e a gramática teórica; tal aspeto fica explicitado nas palavras de dois dos seus autores, membros também da comissão organizadora deste trabalho monumental:

«[…] [E]sta Gramática destina-se a um público culto, de nível de instrução acima da média, que nela pode obter informação actualizada e aprofundada sobre os principais temas da gramática do português. Não é uma gramática teórica, destinada apenas a especialistas em Linguística, nem uma gramática simplificadora, de tipo escolar.» [Maria Fernanda Bacelar do Nascimento (in