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Textos publicados pelo autor

Pelourinho

Uma prestação imprestável

Prestação, do latim "praestatione": acto ou efeito de prestar; cota, contribuição, pagamento escalonado. Ou, quando muito (no Brasil): alcunha de todo o vendedor ambulante de mercadorias a prestações.    Isto é o que registam os dicionários, o que dirá qualquer lusofalante, independentemente do seu nível cultural, a não ser que tenha aderido ao chamado "futebolês" e repita esse estereótipo, mais um, tanto ao gosto do me......

Pelourinho

«Plafonamento»!?

O secretário de Estado do Ensino Superior do Governo português, Alberto Jorge Silva, pronunciou-se (na rádio pública RDP), no passado dia 31, sobre as maleitas crónicas do seu sector. E, às tantas, passou a empregar esse escusado e inestético galicismo «plafonamento». Não há dúvida: com governantes destes nas escolas portuguesas, muito terão de aprender os alunos portugueses a estimarem a sua própria língua....

Pelourinho

O grandioso desfile do verbo haver

«"Vão haver" muitos troços de Carnaval» - anunciava um dos eficientes repórteres do trânsito da rádio portuguesa, alertando os automobilistas mais desprevenidos para esta terça-feira de máscaras, folguedos e cabeçudos de ocasião. Confirmava aqui dois aspectos comuns a tais repórteres: a utilidade e os pontapés na gramática. A forma como empregam o infeliz verbo haver, essa, então, é um Entrudo diário....

Pelourinho

Dezenas de «milhar», sr. Presidente?!

Os portugueses foram a votos no domingo, 14, para as eleições autárquicas -- municipais, como se diz no Brasil. E, como é da tradição, com uma declaração do Presidente da República, lida na véspera na TV e na rádio. Brilhante, por sinal, no recorte literário, simplicidade e clareza. Ou melhor: quase brilhante.    Quase -- só por causa daquele tropeção gramatical de Jorge Sampaio quando, no elogio à participação dos seus concidadãos mais empenhados neste acto eleitoral que pôs......

Consultório

Constatar

Pergunta: É correcto a utilização do termo "constatar"?Resposta: Embora já dicionarizado, é um galicismo dispensável na língua portuguesa. «Dos mais escandalosos galicismos», referia-se-lhe mesmo Cândido de Figueiredo, enquanto Carlos Góis não era mais brando: «Tradução literal e servil do francês.» Pior, só a definição Castro Lopes: «Repugnantíssimo galicismo que afronta a variedade de termos que temos para substituí-lo.» Na esteira, aliás, de outro gramático brasileiro, Sílva Túlio, nos seus "Estudinhos da...
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