Pergunta:
Gostaria que me dissessem qual a grafia portuguesa mais correcta dos seguintes topónimos estrangeiros:
Adiguésia ou Adigueia (república russa)?
Ajária ou Adjária (república russa)?
Anju ou Anjú (região francesa)?
Arrochela ou Rochela (cidade francesa)?
Bachequíria ou Basquíria (república russa)?
Bizerta ou Biserta (cidade da Tunísia)?
Bucóvina ou Bucovínia (região da Roménia)?
Camecháteca ou Canchatca?
Catânia ou Catana (cidade da Sicília)?
Cuala Lumpur ou Quala Lumpur (capital da Malásia)?
Estetino ou Estetim (cidade da Polónia)?
Goteburgo ou Gotemburgo (cidade sueca)?
Hainaut, Henau ou Hainaute (província da Bélgica)?
Hessen, Héssia ou Hesse (land da Alemanha)?
Iacútia ou Jacútia (república russa)?
Lviv, Leópolis ou Lemberga (cidade da Ucrânia)?
Mekong, Mecão ou Mecom (rio asiático)?
Midelburgo ou Meldeburgo (cidade holandesa)?
Mogadíscio ou Mogadixo (capital da Somália)?
Osaca ou Ósaca (cidade do Japão)?
Pittsburgo ou Pitesburgo (cidade da Pensilvânia)?
Surrento ou Sorrento (cidade italiana)?
Taline ou Talim (capital da Estónia)?
Toscana ou Toscânia (r...
Resposta:
Em primeiro lugar, uma chamada de atenção: nem todas as formas portuguesas de corónimos1 e topónimos estrangeiros têm uso. Por exemplo, diz-se Milão em vez de Milano, mas usa-se Buenos Aires em lugar de "Bons Ares", que seria a versão portuguesa correspondente. Um critério para usar o aportuguesamento de corónimos e topónimos estrangeiros acha-se, por exemplo, na Base LI do Acordo Ortográfico de 1945:
«Recomenda-se que os topónimos de línguas estrangeiras se substituam, tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas em português, ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente. Exemplos: Anvers, substituído por Antuérpia; Berne, por Berna; Canterbury, por Cantuária; Cherbourg, por Cherburgo; Garonne, por Garona; Helsinki, por Helsínquia; Jutland, por Jutlândia; Louvain, por Lovaina; Mainz, por Mogúncia; Montpellier, por Mompilher; München, por Munique; Zürich, por Zurique; etc.»
Feita esta advertência, limitar-me-ei ao português europeu na identificação dos corónimos e topónimos em questão, para o que me apoiarei nas obras de Rebelo Gonçalves que seguem o Acordo Ortográfico de 1945, no Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (TOLP), de 1947, e no Vocabulário da Língua Portuguesa (VLP), publicado em 1966; referirei também o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, publicado em 2009 pela Porto Editora ...