Pergunta:
Qual a origem dos sufixos "-aio", "-garo", "-aco", "-eco", que ocorrem, respectivamente, em gentílicos como malaio, biscaio, paraguaio, uruguaio, búlgaro, húngaro, austríaco, eslovaco, polaco, valaco, checo, sueco, etc.?
Muito obrigado.
Resposta:
Antes de mais, há que distinguir os sufixos dos não sufixos, ou seja, da raiz da palavra. Nos exemplos que nos manda o consulente, apenas -aco é sufixo derivacional, ou seja, é um sufixo que pode ser usado para formar adjectivos de substantivos. O mesmo sufixo é um dos sufixos que indicam «natural de». Indicamos abaixo a respectiva origem:
-aco 1, sufixo tónico (do lat. -accu), como em eslovaco.
-aco 2, sufixo átono (do lat. -acu), como em austríaco.
Quanto a "-aio" e "-garo", não os podemos considerar sufixos, e -eco é um sufixo, mas com uma conotação depreciativa, normalmente usado na formação de alcunhas (ex.: padreco, marreca, careca, etc.) e, na sua maioria, nomes, não adjectivos. A terminação de sueco é pura coincidência, o gentílico deriva do topónimo Suécia : «sueco, alt. da f. ant. suécio (1572), do top. Suécia, adaptação vern. assim como o esp. Suecia, it. Svezia, fr. Suède, ing. Sweden e o al. Schweden do nome do país, em sueco Sverige; o top. origina-se do velho norreno Svearike, Svear-rige 'império, país dos suiões', antigo povo escandinavo mencionado por Tácito (c55-c120 d.C.), na Germânia (ver suião), como habitante do actual território da Suécia; f.hist. 1877 suéco (De Suécia, top.)»
Aos restantes gentílicos também não são afixados sufixos derivacionais, mas apenas flexionais, de...