Objectivo declarado deste Dicionário de Dúvidas, Dificuldades e Subtilezas da Língua Portuguesa, segundo as suas autoras: um contributo para uma maior clareza e certeza na distinção da fronteira entre o erro e as formas legítimas admissíveis. Contendo 1380 entradas — «com base na experiência e na observação dos casos frequentes e reincidentes de atropelos ao carácter e à identidade da nossa língua» —, nelas se incluem dúvidas à volta da fonética. É o caso da prolação dos termos terminados em -emia, como alcoolemia, radioterapia e septicemia. Ou dos sempre problemáticos plurais de substantivos com a vogal tónica no o fechado (acordo/acordos, colosso/colossos, esgoto/esgotos) ou aberto (adornos/adornos, fogo/fogos, osso/ossos). Ou dos latinismos, como media, sine die ou sine qua non, transformados — e ditos — pelo pedantismo mais ignorante em palavras inglesas. Ou de antropónimos como Nobel e de topónimos como Florida ou Montes Urales. Ou, ainda, no esclarecimento da forma de se dizerem as letras do abecedário, introdutórias de cada conjunto de entradas.
Neste particular, está aqui a grande novidade do novo trabalho de Edite Estrela, Maria Almira Soares e Maria José Leitão. Tão mais relevante quanto nada havia do género em registos similares sobre as dúvidas mais prementes de qualquer lusofalante. Com informação q. b. e pertinente sobre as novas regras do Acordo Ortográfico — por exemplo, na questão do hífen —, é de assinalar, entretanto, a opção sensata das autoras nest...