Cristiano Ronaldo nem fez um mês de Real Madrid e já se expressa só em castelhano. Mais precisamente: logo que chegou e os media espanhóis não mais o largaram. Aconteceu com ele, como, antes, com todos os futebolistas portugueses e brasileiros que se transferiram para clubes espanhóis. E acontecerá, sempre assim.
Em contrapartida, nem uma frase em português se ouviu, nunca, aos espanhóis1 que joga(ra)m em Portugal. Jogadores ou treinadores — como os mais recentes do Benfica, um dos quais até por mais de uma vez. A diferença está nisto: nenhum jornalista espanhol recolheria uma palavra que fosse de Cristiano Ronaldo — ou de Kaká, ou de Karim Bezema, ou de Samuel Eto’o — se não fosse em espanhol.
Não, não é porque os jornalistas espanhóis dominem mal as outras línguas. É, tão-só, uma questão de orgulho, e de afirmação, no seu próprio idioma nacional.
1 Quem diz espanhóis pode dizer, também, argentinos, chilenos ou italianos. Até houve um treinador holandês que primava em expressar-se sempre no espanhol que aprendera a… (ter de) falar, enquanto jogador em Espanha.
Cf. 10 palavras espanholas que enganam os falantes de português