Lendo o que se escreve na comunicação social portuguesa, Paulo J. S. Barata dá com outro erro recorrente, o da troca de houve por ouve.
É realmente inaceitável como num jornal de referência como o Expresso (n.º 2119, de 8 de junho de 2013, "Caderno Principal", p. 6) se deixa passar uma destas!
Assinalando em Portugal os dois anos do governo de coligação entre o PSD e o CDS/PP, aquele jornal apresenta um estudo de opinião procurando medir a intenção de voto nos diferentes partidos e a popularidade dos principais líderes e órgãos de soberania. No segundo destes gráficos, que apresenta uma projeção de julho de 2011 a julho de 2013, pode ler-se, na coluna referente a agosto de 2011, em maiúsculas, esta pérola: «Não ouve sondagem em agosto». Obviamente que o que deveria lá estar era houve, do pretérito perfeito do indicativo de verbo haver, e não ouve, do presente do indicativo do verbo ouvir.
Fica-se perplexo perante tamanho dislate. A coisa é de tal ordem que nem por ignorância se pode aceitar, tal como não se pode aceitar que, por extensão, se possa hipoteticamente ter levado longe de mais a regra da supressão das consoantes mudas consagrada pelo Acordo Ortográfico de 1990, no caso também ao uso do h inicial, que, como se sabe, não sofre qualquer alteração…