Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho Mau uso da língua no espaço público
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

«[…] pode ocorrer até que a segunda volta do Sporting – do ponto de vista da pontuação – seja superior à primeira, portanto esses maus agúrios de que vêm aí tempos funestos…»

Rui Oliveira e Costa, Dia Seguinte, SIC Notícias, 14 de abril de 2014, 22h27.

«[…] não vale estarmos aqui – como eu disse – a levantar especulação, e para terminar com um ponto final: eu tenho mais um ano de contrato no Benfica

Jorge Jesus, treinador do Benfica,10 de abril de 2014, conferência de imprensa após o jogo com o  AZ Alkmaar, da Holanda.

Erradicar o «melhor» (em vez do  «mais bem»)  + adjetivo verbal

«Creio que o País ficará melhor protegido no sentido de poder melhor fazer face às suas necessidades de financiamento se tiver uma rede de segurança»

 Teixeira dos Santos, RTP 1, Bom Dia, Portugal, 9 de março de 2014

«[…] decidi analisar de forma rigorosa, aprofundada, e por escrito, essa fase da vida portuguesa, para explicá-la aos portugueses, porque falar oralmente, qualquer um pode fazer, mesmo não sabendo nada das questões, mas escrever, assinar por baixo, e publicar, só pode fazer quem estuda bem os problemas».

SIC Notícias, 10 de março de 2014

«E porque é que o diagnóstico é, tantas vezes, feito num estado já avançado? Infelizmente porque a doença quando dá sintomas é num estadio já bastante avançado. Habitualmente em estadios já metastáticos [...]».

Entrevista à oncologista Ana Castro sobre as neoplasias do pâncreas, SIC Notícias, Edição da Manhã, 26 de março de 2014, 9h32

«[…] agora chegou a hora de o enfrentarmos  de frente […]»

Bom dia, Portugal, RTP 1, 13 de março de 2014, 8h53

Não me recordo de já ter lido ou ouvido tal expressão, mas sei que é mais um pleonasmo vicioso. Enfrentar é sempre «atacar de frente», «encarar», «defrontar», «estar ou colocar(-se) defronte a». Aquele «de frente» é, pois, uma demasia criticável, um excesso condenável, a juntar a muitos outros de que já aqui demos conta.

«A DFB [Federação de Futebol da Alemanha] fez saber que o médico responsável pelo controlo admitiu o erro do adjunto e pediu despensa das funções que desempenhava».
                                                                           O Jogo, 28 de fevereiro de 2014, p. 36.

Um «ter a haver» cacofónico

«Houve nove reequilíbrios financeiros. Tem a haver também com a constituição de um gabinete de projeto para a nova ponte Vasco da Gama»
Sérgio de Azevedo, deputado do PSD, relator da Comissão de Inquérito sobre as Parcerias Público-Privadas
Olhos nos Olhos, TVI24, 17 de fevereiro de 2014, 19m13)

«No panorama, ouve algum investimento em vinhos franceses, italianos e americanos […]»
OJE, 10 de janeiro de 2014, p. 15.

«As exéquias fúnebres […] levaram a que alguns, sem noção do ridículo, tivessem invocado o facto de Portugal ser um estado laico, questionando desta forma a participação de dignatários do Estado nas celebrações religiosas […]».

«E pluribus unum», Rui Tabarra e Castro, Opinião, OJE, 10 de janeiro de 2014, p. 8.