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É um tropeção recorrente, este /com-pe-ti-vi-dade/ no primeiro-ministro português, António Costa. Lá voltou ele a ouvir-se, no debate quinzenal parlamentar do dia 12 de novembro. Valha a verdade que não é só ele a cair no alçapão da haplologia (supressão de uma sílaba numa sequência de sílabas iguais)*, mas, sendo quem é e o cargo que ocupa, não haverá nenhum dos seus assessores a explicar-lhe que, tal como é competitivo – e não competivo – terá mesmo de ser competitividade**?
* É possível que para este fenómeno contribua um fenómeno de dissimilação, característico do português europeu: em competitividade, o primeiro i pode passar a e mudo (o e da preposição de), diferenciando-se do segundo i; como esse e mudo, em sílaba átona, costuma cair na pronúncia rápida, produz-se a prolação de dois tt seguidos, que soam como um único, além do e da sílaba -pe- também se sincopar: "compttividade" > "comptividade".
* Exatamente tal como é precariedade (e não precaridade) ou solidariedade (solidaridade), por exemplo.