No passado dia 8 de setembro, durante a Análise de Marques Mendes no Jornal da Noite da SIC, Luís Marques Mendes agradeceu aos jovens presentes no Campus da Liberdade 2024, uma iniciativa da Universidade de Verão do Instituto +Liberdade, pelas ideias e projetos em que participam, e também por lhe ensinarem novos termos, como o vocabulário específico que utilizaram no evento. Neste caso, o comentador confessou ter aprendido a palavra genuflexório.
Não é surpreendente que Marques Mendes afirme que não conhece este termo, uma vez que ele não é amplamente usado fora de contextos religiosos, especialmente entre aqueles que não frequentam a igreja. O genuflexório é um objeto usado em cerimónias cristãs, geralmente descrito como uma peça de mobiliário, cujo nome em português deriva do latim medieval genuflexorium (Dicionário da Língua Portuguesa, Academia das Ciências de Lisboa). Trata-se de um estrado baixo, por vezes com um encosto para as mãos ou braços, utilizado pelos fiéis para se ajoelharem durante a oração ou adoração.
Agora, se optarmos por uma expressão adjetival, como genuflexo, estaríamos a referir-nos à postura do fiel. O adjetivo genuflexo, originado do latim genu (joelho) + flexus, particípio passado de flectĕre (dobrar), significa «que está ajoelhado; com o joelho dobrado» (ibidem). Logo, podemos dizer que o genuflexório é o objeto que serve para que o fiel permaneça genuflexo durante a oração.
Vemos assim como uma simples palavra pode trazer consigo um rico contexto cultural e religioso. Parece, portanto, que os jovens do Campus da Liberdade 2024 encontraram o momento oportuno e Marques Mendes terá ido a tempo de aprender, o que prova que, independentemente da idade ou da experiência, estamos sempre a aprender uns com os outros. Até sobre vocábulos que, apesar de pouco comuns no dia a dia, carregam o peso da tradição.