Dizia o jornalista português, radicado em Washington, Sérgio H. Coimbra, a propósito dos festejos natalícios: «Para dar um exemplo, cada taça de “eggnog” (iguaria mandatória entre os anglo-saxões) garante 50% das necessidades calóricas diárias» (Metro, 18 de dezembro de 2013). Era, de facto, mandatório que aquela palavra entrasse no léxico.
Os 16 anos de vida do Ciberdúvidas permitem-nos acompanhar a evolução da língua em ato. A propósito do termo mandatório, dizia-se, em 2003, que seria proveniente da área jurídica e que não estava dicionarizado, e, em 2006, que tinha um uso restrito, daí que ainda não tivesse dado lugar a um novo verbo, admitindo de ambas as vezes a sua plausibilidade linguística.
Em 2013, vê-se que a palavra não só já está em uso, como já completou o tirocínio para a dicionarização, como o atestam o Dicionário Aulete e o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora. Neste último caso, a sua inclusão não terá mais de três anos, já que tenho a edição impressa de 2010, onde o termo ainda não consta.
Mandatório significa «obrigatório; não facultativo; indispensável» e é proveniente do inglês «mandatory», «exigido por lei ou mandato». Não é, aliás, despiciendo, para atestar a sua proveniência, perceber o seu uso por um falante de português na capital norte-americana…