É Natal, é Natal! As luzes piscam, os sinos tilintam, os embrulhos encantam, os sorrisos espalham magia, a tolerância contagia.
Será a língua portuguesa também contagiada pelo espírito natalício?
1. No centro comercial havia vários Pais Natais! (e não: Pais Natal)
O plural de pai natal é pais natais. A palavra natal, neste composto, é um adjetivo, sinónimo de natalício, pelo que deve concordar em número com o nome pai. À semelhança do que acontece com terra natal, cujo plural é terras natais.
2. Comemos deliciosas filhós! (e não: filhoses)
O nome filhó tem como plural filhós, seguindo a regra geral de formação do plural em português: inserção de um «s» à forma do singular.
3. Ofereceram-nos generosas fatias de Bolos-Reis! (e não: Bolos-Rei)
O plural de bolo-rei é, de acordo com a tradição normativa, bolos-reis. A regra é a seguinte: ambos os elementos de uma palavra composta por dois nomes flexionam no plural.
4. No dia de Natal, o peru foi uma das deliciosas iguarias à mesa! (e não: perú)
A palavra peru não deve ser escrita com acento gráfico, porque se trata de uma palavra aguda terminada em u. As palavras agudas terminadas em u (caju, menu, tabu) e em i (javali, colibri, travesti) não precisam de acento gráfico.
5. Devido ao abuso dos doces, os níveis de glicemia subiram em flecha! (e não: glicémia)
A palavra glicemia é formada por intermédio de dois elementos gregos: glykýs (doce) + emia (sangue). Este segundo elemento entra na composição de várias palavras, como anemia, leucemia, toxicemia, alcoolemia. Trata-se, pois, de palavras graves, cuja sílaba tónica é a penúltima (mi), pelo que não devem ser escritas com qualquer acento gráfico
Cf. Doze deliciosas palavras deste Natal + Els Caganers: a mais estranha tradição de Natal da Catalunha + O Natal de A a Z + Natal + Natal, como surgiu? Verdadeiro significado da data natalina