FESTin é o Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, organizado pela ASCULP – Associação Cultura e Cidadania de Língua Portuguesa. Trata-se de um evento internacional dedicado ao segmento audiovisual, cujo objetivo é fomentar a difusão, a interculturalidade, a inclusão social e o intercâmbio cultural entre os países de língua portuguesa através da realização de um evento comprometido com a divulgação das diferentes culturas e práticas de respeito à diversidade presentes nestes países.
O FESTin celebra a sua 12.ª edição de 17 a 24/11 na cidade de Lisboa e online e leva a concurso A Mulher Sem Corpo, do realizador português António Borges Correia, uma longa docuficção que tem como tema a violência doméstica, eleita Melhor Filme do Cinema Português, no Fantasporto 2021. Além disso, apresenta as suas tradicionais mostras competitivas de longa-metragem de ficção, documentários e curtas-metragens dos países de língua portuguesa, além da Mostra de Cinema Brasileiro.
A palavra docuficção é, muitas vezes, designada como docudrama, um género cinematográfico, televisivo ou radiofónico que mistura o documentário com a ficção. A palavra apareceu no início do século XXI e começou a ser usada em várias línguas e adotada por cineastas em todo o mundo, servindo para a classificação de filmes em festivais de cinema. A verdade é que só agora se encontra registada dicionaristicamente (por ex., na Infopédia). Surgiu através de um processo irregular de formação, que se designa por amálgama, juntando partes de duas palavras – documento e ficção. Segundo a Academia Brasileira de Letras trata-se de uma «obra audiovisual de caráter híbrido, que apresenta ao mesmo tempo características típicas do documentário tradicional (como registros de eventos da vida real) e elementos imaginários próprios das narrativas de ficção». Pode ser também o «género deste tipo de obra».
Além do interesse que este evento suscita pela criatividade, resistência e persistência nas obras cinematográficas dos países lusófonos, revela a riqueza da língua portuguesa, que se renova e se adapta a novas realidades e situações.
Cf. Documentário, docuficção ou pseudodocumentário? Entenda a diferença!