O professor é um mangas-de-alpaca, e, para muitos, até é bom que assim seja, já que percebem mais de grelhas, de tabelas e afins do que de língua portuguesa, por exemplo, uma vez que se ouve, frequentemente (na minha escola e noutras), erros grosseiros como «tu fostes», «vão haver reuniões», «a gente vamos», «eles hadem cá vir», etc.
A correcção linguística deixou de ser uma mais-valia. O que realmente importa é se a parafernália (no sentido pejorativo do termo) de documentação, que é exigida ao exercício de docência, está em ordem.
Uma acta foi devolvida porque só tinha 14 anexos, quando devia ter 16! É ridículo!
Um anónimo, a este propósito, comentou: «A burocracia serve para esvaziar os cérebros dos professores, para os tornar zombies dóceis, enfim, a m.rda que são – que somos.» Salvaguardando a aspereza do vocábulo, não posso estar mais de acordo!
Nota: Enquanto professora, sou obrigada a aderir ao novo Acordo Ortográfico. Todavia, na minha escrita privada, não o acato.
* Manga-de-alpaca (singular)/mangas-de-alpaca (plural), com hífen conforme a norma de 1945, sem hífen com as novas regras pós-AO.