Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.
Proclamações de género ridículas
Por Nuno Melo

«Os bloquistas podem saudar-se como "camarados", dispostos a assassinar a língua portuguesa, para sublinhar proclamações de género ridículas.» Um artigo de opinião do euroedeputado português Nuno Melo (Jornal de Notícias, 15 de novembro de 2018), que, tecendo críticas a um antigo dirigente do Bloco de Esquerda (BE), censura um deslize linguístico de outro dirigente do BE, Pedro Filipe Soares, que tratou aos seus correlegionários por «camaradas e "camarados"».

Cartão do Cidadão ou Cartão de Cidadania?
Sim e não sobre a proposta do Bloco de Esquerda

A iniciativa do Bloco de Esquerda no sentido da mudança do nome do Cartão de Cidadão, em Portugal para Cartão de Cidadania desencadeou tomadas de posição contra, mas também a favor. 

 

Cf.: Dobrar a língua + O sexo das palavras + Gramática ainda não tem sexo

Dobrar a língua
«A íngua não é neutra e muito menos "natural"»

« A língua não é neutra e muito menos "natural" [, foi] construída com base em conceitos; no caso, o de que as mulheres são menos pessoas, menos cidadãs que os homens» – considera a jornalista Fernanda Câncio, em artigo publicado no Diário de Notícias de 22/04/2016, alusiva à polémica desencadeada em Portugal pela proposta do Bloco de Esquerda no sentido da mudança da denominação do cartão do cidadão, considerada «sexista».

 

[Sobre esta  querela, cf. Gramática ainda não tem sexo e O sexo das palavras.]

O sexo das palavras

«(...) Querem mesmo acabar com a linguagem “sexista”? Acabem com o português. Porque ele, que é língua no feminino e idioma no masculino, está impregnado de sexo por tudo quanto é letra», escreve o jornalista Nuno Pacheco, em crónica assinada no jornal Público de 22/04/2016 – em discordância frontal com a proposta do Bloco de Esquerda para alteração, em Portugal, do cartão do cidadão para cartão de cidadania.

[Sobre esta mesma querela, cf. Gramática ainda não tem sexo e Dobrar a língua]

Gramática ainda não tem sexo
O condão do ridículo

«Quando será que perceberão que, ao contrário do que Dilma [Rousseff] pretende, o combate à desigualdade não se faz destruindo a gramática? Ou seja, que Dilma não é presidenta, como nunca foi estudanta, nem nunca ficou contenta?», escreve neste artigo* o jornalista Henrique Monteiro, a propósito da iniciativa do Bloco de Esquerda para a mudança da denominação do cartão do cidadão, em Portugal, por considerá-la «linguagem sexista».

*in semanário Expresso de 16 de abril de2016

[Sobre esta  querela, cf. "O sexo das palavras e "Dobrar a língua"]

Calem-se!
«Machismo ignorante e desconfortavelmente satisfeitinho»

O escritor Miguel Esteves Cardoso critica a expressão «portuguesas e portugueses», que atualmente substitui com frequência o uso genérico de «portugueses», tido por sexista. Crónica publicada no jornal "Público", em 12/02/2016.